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Presidente da Nigéria visita área atacada pelo Boko Haram

Goodluck Jonathan se reuniu, no nordeste do país, com sobreviventes do maior ataque do grupo islâmico Boko Haram em seis anos

Presidente nigeriano Goodluck Jonathan (C): segundo a AI, centenas de pessoas teriam morrido em um ataque de vários dias (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2015 às 22h05.

Maiduguri - O presidente da Nigéria , Goodluck Jonathan, se reuniu nesta quinta-feira, no nordeste do país, com sobreviventes daquele que é considerado o maior ataque do grupo islâmico Boko Haram em seis anos, durante visita surpresa à região.

As organizações Anistia Internacional (AI) e Human Rights Watch (HRW) publicaram várias imagens de satélite para mostrar a destruição maciça das duas principais cidades atacadas, Baga e Doron Baga, situadas na costa do lago Chade, no norte do estado de Borno.

Segundo a AI, centenas de pessoas teriam morrido em um ataque de vários dias, iniciado em 3 de janeiro, no que está sendo apontado como o pior massacre praticado pelo grupo desde que se levantou em armas, em 2009, para estabelecer um califado no nordeste da Nigéria.

O Exército nigeriano, que costuma minimizar os números de mortos, disse esta semana que 150 pessoas faleceram e tachou de "sensacionalista" a afirmação de algumas fontes sobre dois mil óbitos.

A ONG HRW considerou, por sua vez, não ser possível fornecer um número preciso por enquanto, pois "ninguém ficou para contar os mortos", acrescentou, citando um dos moradores, que conseguiu escapar do massacre.

Segundo autoridades locais, pelo menos 16 aldeias vizinhas a Baga foram queimadas e duas mil pessoas fugiram.

O Alto Comissariado para os Refugiados da ONU estima que mais de 11.300 pessoas teriam se refugiado no vizinho Chade durante vários dias.

O presidente nigeriano chegou à capital do estado de Borno, Maiduguri, pouco antes das 15H00 local (12H00 de Brasília), onde foi recebido pelo governador regional, Kashim Shettima, no aeroporto, constatou um jornalista da AFP.

Em sua visita, a primeira em dois anos e celebrada um mês antes das eleições legislativas e presidenciais, foi acompanhado do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Alex Badeh, escoltado por 200 soldados.

O presidente permaneceu em Maiduguri durante três horas, onde se reuniu com soldados, alguns deles feridos, e visitou um campo onde há milhares de refugiados.

Cinco mil habitantes de Baga foram atendidos no campo Teachers Village em Maiduguri, informou a organização Médicos sem Fronteiras esta semana.

Em visita ao campo, Jonathan disse a vários dos refugiados que, "segundo as informações que tenho dos meus chefes de segurança, as áreas sob controle do Boko Haram serão recuperadas em breve".

"Quero garantir que estarão de volta às suas casas em breve", acrescentou, segundo um jornalista da AFP que estava em uma delegação oficial.

Uma declaração emitida pelo gabinete de Jonathan em Abuja afirma que o presidente se reuniu com mais de 900 refugiados de Baga e lhes disse que o governo "trabalha duro" para conseguir que retornem.

Em maio passado, uma visita de Jonathan à região foi cancelada na última hora. Ele planejava ir ao remoto povoado de Chibok, depois que o Boko Haram sequestrou 276 moças de sua escola, em um ato que comoveu o mundo.

O grupo Boko Haram foi fundado em Maiduguri em 2002 e seguiu relativamente pacífico até uma ação policial contra seu então líder, Mohammed Yusuf, e seus seguidores, em 2009.

O estado de emergência foi declarado em Borno e nos estados vizinhos de Yobe e Adamawa, em maio de 2013.

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Maiduguri - O presidente da Nigéria , Goodluck Jonathan, se reuniu nesta quinta-feira, no nordeste do país, com sobreviventes daquele que é considerado o maior ataque do grupo islâmico Boko Haram em seis anos, durante visita surpresa à região.

As organizações Anistia Internacional (AI) e Human Rights Watch (HRW) publicaram várias imagens de satélite para mostrar a destruição maciça das duas principais cidades atacadas, Baga e Doron Baga, situadas na costa do lago Chade, no norte do estado de Borno.

Segundo a AI, centenas de pessoas teriam morrido em um ataque de vários dias, iniciado em 3 de janeiro, no que está sendo apontado como o pior massacre praticado pelo grupo desde que se levantou em armas, em 2009, para estabelecer um califado no nordeste da Nigéria.

O Exército nigeriano, que costuma minimizar os números de mortos, disse esta semana que 150 pessoas faleceram e tachou de "sensacionalista" a afirmação de algumas fontes sobre dois mil óbitos.

A ONG HRW considerou, por sua vez, não ser possível fornecer um número preciso por enquanto, pois "ninguém ficou para contar os mortos", acrescentou, citando um dos moradores, que conseguiu escapar do massacre.

Segundo autoridades locais, pelo menos 16 aldeias vizinhas a Baga foram queimadas e duas mil pessoas fugiram.

O Alto Comissariado para os Refugiados da ONU estima que mais de 11.300 pessoas teriam se refugiado no vizinho Chade durante vários dias.

O presidente nigeriano chegou à capital do estado de Borno, Maiduguri, pouco antes das 15H00 local (12H00 de Brasília), onde foi recebido pelo governador regional, Kashim Shettima, no aeroporto, constatou um jornalista da AFP.

Em sua visita, a primeira em dois anos e celebrada um mês antes das eleições legislativas e presidenciais, foi acompanhado do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Alex Badeh, escoltado por 200 soldados.

O presidente permaneceu em Maiduguri durante três horas, onde se reuniu com soldados, alguns deles feridos, e visitou um campo onde há milhares de refugiados.

Cinco mil habitantes de Baga foram atendidos no campo Teachers Village em Maiduguri, informou a organização Médicos sem Fronteiras esta semana.

Em visita ao campo, Jonathan disse a vários dos refugiados que, "segundo as informações que tenho dos meus chefes de segurança, as áreas sob controle do Boko Haram serão recuperadas em breve".

"Quero garantir que estarão de volta às suas casas em breve", acrescentou, segundo um jornalista da AFP que estava em uma delegação oficial.

Uma declaração emitida pelo gabinete de Jonathan em Abuja afirma que o presidente se reuniu com mais de 900 refugiados de Baga e lhes disse que o governo "trabalha duro" para conseguir que retornem.

Em maio passado, uma visita de Jonathan à região foi cancelada na última hora. Ele planejava ir ao remoto povoado de Chibok, depois que o Boko Haram sequestrou 276 moças de sua escola, em um ato que comoveu o mundo.

O grupo Boko Haram foi fundado em Maiduguri em 2002 e seguiu relativamente pacífico até uma ação policial contra seu então líder, Mohammed Yusuf, e seus seguidores, em 2009.

O estado de emergência foi declarado em Borno e nos estados vizinhos de Yobe e Adamawa, em maio de 2013.

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