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Presidente da Guatemala busca converter apoio político da UE em cooperação concreta

Em janeiro, a forte pressão internacional exercida pelo bloco ajudou a evitar uma grave crise institucional no país

O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo, em entrevista à AFP em Bruxelas (Aldo Gamboa/Getty Images)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 20 de fevereiro de 2024 às 13h53.

O presidente da Guatemala , Bernardo Arévalo, busca transformar o apoio político recebido da União Europeia em medidas concretas de cooperação para o desenvolvimento, afirmou nesta terça-feira, 20,  em entrevista à AFP.

Em janeiro deste ano, a forte pressão internacional exercida pela UE ajudou a evitar uma grave crise institucional na Guatemala e permitiu que Arévalo fosse empossado após vencer as eleições de agosto de 2023.

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"A UE tem desempenhado um papel muito importante em termos de apoio político. Agora buscamos traduzir o apoio político em medidas concretas que apoiem os esforços para o desenvolvimento econômico e social de nosso país", afirmou.

"Temos interesse em explorar projetos de colaboração, atrair investimentos em grandes projetos de desenvolvimento, trabalhar em conjunto entre governos e setor privado", acrescentou.

Quando viajou para a posse de Arévalo no mês passado, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, anunciou investimentos de 50 milhões de euros (R$ 266 milhões, na cotação atual) em projetos comunitários na região de Petén.

Nesta terça-feira, Borrell afirmou que uma missão de sua equipe retornará ao país em março para discutir novas iniciativas.

No mesmo dia, Guatemala e UE assinaram em Bruxelas um Memorando de Entendimento que sistematiza o diálogo entre as partes e define o marco para o desenvolvimento de uma agenda de cooperação concreta.

"É o próximo passo, e acabamos de iniciá-lo. O memorando cria um mecanismo para consultas bilaterais e, neste marco, surge a discussão de oportunidades concretas de desenvolvimento", disse o presidente.

Após a posse de Arévalo, a UE adotou sanções contra cinco altos funcionários guatemaltecos, incluindo a procuradora-geral Consuelo Porras, por "minar a democracia e o Estado de direito". Outros três funcionários de alto escalão do Ministério Público, bem como um juiz, foram sancionados pelo bloco europeu.

Diálogo com Zelensky

Antes de visitar Bruxelas, o presidente da Guatemala esteve em Paris, onde se reuniu com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, e em Munique, na Alemanha, onde participou na Conferência de Segurança e teve uma reunião com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky.

Neste encontro, o mandatário ucraniano reiterou o convite para que participasse de um fórum mundial pela paz, que visa "propor soluções negociadas para a crise na Ucrânia", disse Arévalo.

"Acreditamos que o mundo precisa retomar o caminho da busca por soluções negociadas (...) parece-nos que é um caso em que a Guatemala pode contribuir para os esforços internacionais", acrescentou.

A viagem do presidente guatemalteco inclui passagens pela Suíça e terminará na Espanha, país onde atuou como embaixador e onde terá encontros com o presidente do Governo, Pedro Sánchez, e o rei Felipe VI.

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