Presidente da Colômbia pede mais 7 anos à ONU para implementar acordos de paz no país
Gustavo Petro fez o pedido durante sua presença no Conselho de Segurança das Nações Unidas na quinta, 11
Agência de Notícias
Publicado em 12 de julho de 2024 às 08h13.
Última atualização em 12 de julho de 2024 às 08h15.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu nesta quinta-feira ao Conselho de Segurança das Nações Unidas um prazo adicional de sete anos para implementar os três principais aspectos dosAcordos de Paz: reforma agrária, inclusão territorial e unificação do sistema judicial de verdade e reconciliação.
Petro disse que essa reforma tripla exigirá um pacto de Estado na Colômbia, mas, acima de tudo, um forte apoio da comunidade internacional, principalmente para financiar o custo, que ele estimou em US$ 50 bilhões, uma quantia que a Colômbia não tem porque está endividada.
Ele fez uma proposta dupla que exigirá apoio internacional: por um lado, para reduzir o chamado "risco-país" da Colômbia e, assim, permitir um plano de reconstrução nas regiões mais marginalizadas, semelhante ao que ocorreu na Europa com o Plano Marshall após a Segunda Guerra Mundial ou na Coreia do Sul após a Guerra da Coreia.
Em vez de pedir dinheiro, ele optou por "fortalecer a capacidade financeira do Estado colombiano".
O que a Colômbia pode oferecer ao mundo em troca da reforma da dívida, explicou Petro, tem a ver com a ação climática: preservar a região da selva colombiana na região de fronteira com o Panamá, que ele descreveu como uma das mais diversas do mundo, mas que atualmente abriga a maior parte do cultivo de coca.
Petro argumentou que, se seu governo conseguir implementar seu plano de reforma tripla nessa região do país e, assim, erradicar a coca, terá alcançado um objetivo triplo: " A paz naColômbiaacabará com a cocaína no mundo e salvará o terceiro (maior) pulmão " global, mas "precisamos financiá-la com nossos recursos", explicou.
O discurso de Petro ao Conselho durou mais de 40 minutos, durante os quais ele analisou os obstáculos enfrentados pelos acordos de paz, mas não chegou a "denunciar" os acordos em sua totalidade, como havia sugerido recentemente em declarações em Bogotá. Em vez disso, ele falou sobre os muitos atrasos e ineficácias que impedem sua implementação.
O presidente colombiano reconheceu que todas as suas propostas exigirão primeiro um grande pacto nacional com "metade da população" que se opõe aos acordos de paz e, para superar essa oposição, ele defendeu o que chamou de fast track (via rápida), um mecanismo legislativo que permite que as reformas mais urgentes sejam implementadas por meio de procedimentos rápidos, para que essas reformas tenham uma aplicação imediata.
"Enquanto a equidade e a democracia não forem construídas na Colômbia, essa violência continuará substituindo os acordos de paz por cadáveres", reiterou.