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Presidente colombiano vê como positiva pressão para a paz

Os países fiadores, Cuba e Noruega, assim como a União Europeia (UE) e a ONU, expressaram preocupação com a escalada das hostilidades

Soldados das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia: "Todo processo de paz é complexo, este não é um caminho fácil", admitiu o presidente do país (Pedro Ugarte/AFP)
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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2015 às 16h58.

Havana - Em meio ao agravamento do conflito armado na Colômbia , o presidente Juan Manuel Santos considerou "muito positiva" a pressão internacional para "acelerar" o processo de paz com a guerrilha das Farc , negociada sem uma trégua bilateral, indicou, em uma entrevista exclusiva à AFP.

A comunidade internacional tem manifestado nos últimos dias a sua apreensão com a retomada dos bombardeios contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A decisão de Santos, após uma emboscada que matou 11 soldados, levou os rebeldes a suspender o cessar-fogo declarado unilateralmente em dezembro.

"A paciência dos colombianos não é infinita, assim, toda a pressão que se receba para acelerar o processo é bem-vinda", disse Santos, que viajará para a Europa na próxima semana.

Como parte das negociações que o governo colombiano e as Farc conduzem desde novembro de 2012 em Havana, para acabar com mais de cinco décadas de conflito, os países fiadores, Cuba e Noruega, assim como a União Europeia (UE) e a ONU, expressaram preocupação com a escalada das hostilidades.

Sobre a possibilidade da tensão complicar a criação de um fundo para financiar o pós-conflito, um projeto que o chefe de Estado busca materializar na Europa, Santos garante que "pelo contrário".

"Acredito que de fora, às vezes, é possível ver melhor a realidade que vivemos", afirmou o presidente, que é esperado em Bruxelas para a cúpula da UE e da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac).

Arquiteto do diálogo com o principal grupo guerrilheiro do país, Santos, que foi reeleito no ano passado para um segundo mandato até 2018, disse estar cumprindo "as regras do jogo" pautadas desde o início.

"Todo processo de paz é complexo, este não é um caminho fácil", admitiu na entrevista.

Para o presidente, a resposta é "acelerar" as negociações, que já atingiram acordos parciais sobre a reforma agrária, o cultivo de drogas e a participação política dos ex-guerrilheiros e um plano de desminagem.

O último avanço foi o anúncio na quinta-feira da criação de uma Comissão da Verdade, "um mecanismo independente de natureza extrajudicial e imparcial" para coletar as confissões dos personagens do conflito mais antigo da América Latina, que deixou 220 mil mortos e oficialmente cerca de seis milhões de deslocados.

"A verdade vai ajudar a curar estas feridas e nos reconciliar", indicou Santos, que comemorou este "passo muito importante para defender e garantir os direitos das vítimas" e buscar "o máximo de justiça para permitir a paz", ressaltou, embora tenha se recusado a comentar a possibilidade de prisão para os insurgentes, uma opção rejeitada pela Farc.

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Havana - Em meio ao agravamento do conflito armado na Colômbia , o presidente Juan Manuel Santos considerou "muito positiva" a pressão internacional para "acelerar" o processo de paz com a guerrilha das Farc , negociada sem uma trégua bilateral, indicou, em uma entrevista exclusiva à AFP.

A comunidade internacional tem manifestado nos últimos dias a sua apreensão com a retomada dos bombardeios contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A decisão de Santos, após uma emboscada que matou 11 soldados, levou os rebeldes a suspender o cessar-fogo declarado unilateralmente em dezembro.

"A paciência dos colombianos não é infinita, assim, toda a pressão que se receba para acelerar o processo é bem-vinda", disse Santos, que viajará para a Europa na próxima semana.

Como parte das negociações que o governo colombiano e as Farc conduzem desde novembro de 2012 em Havana, para acabar com mais de cinco décadas de conflito, os países fiadores, Cuba e Noruega, assim como a União Europeia (UE) e a ONU, expressaram preocupação com a escalada das hostilidades.

Sobre a possibilidade da tensão complicar a criação de um fundo para financiar o pós-conflito, um projeto que o chefe de Estado busca materializar na Europa, Santos garante que "pelo contrário".

"Acredito que de fora, às vezes, é possível ver melhor a realidade que vivemos", afirmou o presidente, que é esperado em Bruxelas para a cúpula da UE e da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe (Celac).

Arquiteto do diálogo com o principal grupo guerrilheiro do país, Santos, que foi reeleito no ano passado para um segundo mandato até 2018, disse estar cumprindo "as regras do jogo" pautadas desde o início.

"Todo processo de paz é complexo, este não é um caminho fácil", admitiu na entrevista.

Para o presidente, a resposta é "acelerar" as negociações, que já atingiram acordos parciais sobre a reforma agrária, o cultivo de drogas e a participação política dos ex-guerrilheiros e um plano de desminagem.

O último avanço foi o anúncio na quinta-feira da criação de uma Comissão da Verdade, "um mecanismo independente de natureza extrajudicial e imparcial" para coletar as confissões dos personagens do conflito mais antigo da América Latina, que deixou 220 mil mortos e oficialmente cerca de seis milhões de deslocados.

"A verdade vai ajudar a curar estas feridas e nos reconciliar", indicou Santos, que comemorou este "passo muito importante para defender e garantir os direitos das vítimas" e buscar "o máximo de justiça para permitir a paz", ressaltou, embora tenha se recusado a comentar a possibilidade de prisão para os insurgentes, uma opção rejeitada pela Farc.

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