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Premiê espanhol diz que ação da polícia em votação foi necessária

O povo da Catalunha foi enganado para participar da votação proibida, disse Rajoy

Catalunha: "Hoje não houve nenhum plebiscito de autodeterminação na Catalunha", enfatizou o premiê (Susana Vera/Reuters)
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Reuters

Publicado em 1 de outubro de 2017 às 16h27.

Última atualização em 1 de outubro de 2017 às 17h18.

Madri -O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, fez um duro pronunciamento contra o plebiscito realizado na Catalunha sobre a independência da região, afirmando que "a tentativa de votação" pretendia liquidar a Constituição espanhola e referindo-se à consulta como um "sério ataque". "Hoje não houve nenhum plebiscito de autodeterminação na Catalunha", enfatizou.

Em seu discurso, Rajoy agradeceu às forças de segurança pela lealdade ao governo de Madri e disse que elas cumpriram com a obrigação de "manter a ordem". Para ele, a Espanha respondeu com firmeza e serenidade à votação de independência. De acordo com o governo catalão, ao menos 465 pessoas ficaram feridas em confrontos com a política e a Guarda Civil neste domingo. A atuação das forças de segurança se deu nos locais de votação da consulta popular, considerada ilegal pelo Tribunal Constitucional do país, de acordo com o jornal El País.

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"Mostramos que temos recurso para nos defendermos de um ataque como essa tentativa de votação. Não podemos deixar nossa democracia se perder devido à chantagem de uns poucos", afirmou Rajoy. Em sua fala, ele destacou que a Espanha é uma democracia avançada e tolerante, mas também firme e determinada e que sua obrigação como primeiro-ministro é a de fazer com que a lei seja cumprida. Nesse sentido, o líder espanhol afirmou que "todos os espanhóis constataram que nosso estado de direito permanece sólido".

De acordo com Rajoy, as medidas tomadas neste domingo pelas forças de segurança foram necessárias porque "vimos comportamentos que dão ojeriza a qualquer pessoa que apoia a democracia". Ele disse entender a frustração que alguns catalães podem sentir por ainda se verem vinculados ao governo central de Madri, disse lamentar "sinceramente", mas ressaltou que "o debate das demandas políticas não pode vir da quebra da legalidade". Para ele, a maioria dos catalães não quis participar do plebiscito deste domingo. Apesar disso, o governo regional da Catalunha estimou em "milhões" o número de pessoas que teria votado na consulta popular proibida sobre a secessão da Espanha.

O premiê ainda agradeceu ao apoio dado pela comunidade internacional e pela União Europeia. Na sexta-feira, o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, afirmou que as pessoas deveriam respeitar a Constituição de seus países, referindo-se indiretamente ao plebiscito catalão, que, de acordo com o governo de Madri, é ilegal. "Essa é a regra. Você deve respeitar a lei e a Constituição, mesmo que não goste", comentou Timmermans.

No fim de seu discurso, Rajoy tentou dar um clima de normalidade aos presentes. Ele afirmou que o "restabelecimento da normalidade institucional" começará nesta segunda-feira "como sempre fizemos".

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