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Poluição mata mais de 1 milhão de pessoas na Índia por ano

Áreas rurais concentram 75% dos óbitos associados à má qualidade do ar

 (Saumya Khandelwal/Reuters)

(Saumya Khandelwal/Reuters)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 15h29.

São Paulo - Em novembro do ano passado, a poluição do ar atingiu níveis calamitosos em Nova Déli. Respirar na capital indiana, “engolida” por uma espessa camada de fumaça e névoa, equivalia a fumar 50 cigarros em um único dia.

Situações como essa deixam a impressão de que quem mora longe de centros urbanos na Índia está a salvo dos efeitos nocivos da poluição, o que não passa de um equívoco.

Uma pesquisa publicada recentemente por uma equipe internacional de cientistas, incluindo especialistas do Indian Institute of Technology Bombay e do Health Effects Institute, estima que 75% das mortes relacionadas à poluição atmosférica naquele país ocorreram nas áreas rurais em 2015.

Isso se deve ao fato de dois terços da população indiana se encontrar no campo. Naquele ano, 1,1 milhão de mortes foram atribuídas à poluição do ar na Índia, representando cerca de 25% dos óbitos totais relacionados à poluição do ar em todo o mundo.

As emissões de combustíveis domésticos (queima de biomassa) e a combustão do carvão nas usinas de energia são as maiores responsáveis pelo "arpocalipse" indiano. Segundo o estudo, as fontes de emissões residenciais – que incluem a queima de lenha, carvão vegetal e resíduos – foram associadas a 268 mil mortes em 2015.

Já a combustão de carvão nas usinas termelétricas e nas indústrias contribuiu para 169 mil mortes. Outras fontes de poluição incluem emissões dos transportes e queima de resíduos agrícolas.

Imperceptíveis a olho nu, as PM2,5 são as menores e mais prejudiciais partículas de poluição no ar. Elas não encontram barreiras físicas: afetam o pulmão e podem causar asmas, bronquite, alergias e outras graves doenças cardiorrespiratórias.

Nos últimos meses, a Índia ampliou os investimentos em combustíveis limpos e programas de controle de poluição residencial, de usinas, veículos e outras fontes. Contudo, a medida que a população indiana cresce e envelhece, os impactos da poluição do ar na saúde aumentarão, destacando os desafios que aguardam a economia emergente que mais cresceu nos últimos anos.

Segundo os pesquisadores, a menos que as autoridades indianas se comprometam com metas agressivas de eficiência energética e reprimam a queima de biomassa nas casas, as mortes por poluição atmosférica podem chegar a 1,6 milhão em todo o país até 2030.

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