DSK negou a acusação, que qualificou de imaginária, e anunciou que processará Banon por "denúncia caluniosa" (Fred Dufour/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2011 às 10h04.
Paris - Políticos franceses, em sua maioria socialistas, criticaram nesta quarta-feira o processo aberto por uma jovem que acusa Dominique Strauss-Kahn de "tentativa de estupro" em 2003.
A promotoria de Paris recebeu nesta quarta-feira a ação de Tristane Banon, de 32 anos, contra o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A partir de agora, o Ministério Público deve decidir se arquiva a denúncia, abre uma investigação preliminar ou se designa um juiz de instrução, trâmite que pode durar vários meses.
"Não conheço a fundo o caso e não tenho mais vontade de comentar esta torrente de lama. E permita-me dizer, torrente de merda que hoje invade a vida política francesa", afirmou Manuel Valls, deputado e prefeito socialista de Evry, perto de Paris.
Tristane Banon anunciou que entraria com uma ação contra Strauss-Kahn por "tentativa de estupro" em fevereiro de 2003, quando tinha 24 anos, em um apartamento parisiense durante uma entrevista.
Ela já havia denunciado em 2007 em uma entrevista na televisão que Strauss-Kahn, que na ocasião teve o nome mantido em sigilo, a havia agredido sexualmente.
DSK negou a acusação, que qualificou de imaginária, e anunciou que processará Banon por "denúncia caluniosa".
Na França, a tentativa de estupro é um crime que prescreve após 10 anos. A agressão sexual prescreve após três anos.
"O caso Banon é a cereja do bolo. Parece-me que tudo isto, realmente, diminui a credibilidade: qual é a palavra das mulheres hoje em dia no momento em que uma boa quantidade delas sofrem atos de violência?", questionou a ex-ministra Christine Boutin, democrata-cristã.
O líder bancada socialista na Assembleia Nacional, Jean Marc Ayrault, qualificou de "novela repugnante" tudo o que está sendo falado publicamente sobre Strauss-Khan.
DSK, acusado nos Estados Unidos de agressão sexual e tentativa de estupro, pode ser absolvido nos próximos dias.
"Não vamos alimentar esta novela repugnante todo dia. É penoso e repugnante escutar isto quando os franceses já enfrentam bastantes problemas cotidianos", afirmou Ayrault à rádio France Info.