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Pesquisas eleitorais estão corretas em 80% das vezes, diz estudo

Segundo estudo da Universidade de Houston, as pesquisas de intenção de voto preveem corretamente o resultado das eleições em nove de cada dez vezes

Eleições: "Esse estudo sugere que os dados de pesquisas podem ser usados globalmente para prever os resultados", defendeu um dos autores do estudo (Ron Jenkins/Getty Images)

Eleições: "Esse estudo sugere que os dados de pesquisas podem ser usados globalmente para prever os resultados", defendeu um dos autores do estudo (Ron Jenkins/Getty Images)

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AFP

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 21h26.

As pesquisas políticas em todo o mundo são precisas com frequência, apesar da vitória surpreendente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o qual foi amplamente anunciado pelas sondagens de opinião como perdedor das eleições de 2016 para a democrata Hillary Clinton - afirmaram pesquisadores nesta quinta-feira (2).

Segundo estudo da Universidade de Houston publicado na revista científica Science, as pesquisas de intenção de voto preveem corretamente o resultado das eleições em nove de cada dez vezes.

"Esse estudo sugere que os dados de pesquisas podem ser usados não apenas nos Estados Unidos, mas globalmente, para prever os resultados das eleições", defendeu o principal autor do estudo, Ryan Kennedy, cientista político do Centro de Estudos Internacionais e Comparativos da Universidade de Houston.

"Seria um erro abandonar esse empreendimento. O futuro realmente é tentar fazer melhores previsões quantitativas", acrescentou.

Para uma parte do estudo, os pesquisadores usaram dados de pesquisas realizadas nas semanas anteriores a eleições na América Latina em 2013 e 2014, que "previram corretamente os vencedores em 10 de 11 eleições, ou em 90,9% das vezes", disse o estudo.

Uma segunda parte analisou previsões de pesquisas para mais de 500 eleições em 86 países em 2013, com uma taxa de acerto de 80,5%.

"As pessoas normalmente não achariam isso surpreendente", comentou Kennedy.

"Onde havia uma sondagem, esta era razoavelmente boa em predizer resultados, mesmo em lugares onde você não pensaria que se poderia ter pesquisas precisas", insistiu.

No caso da eleição presidencial americana, Hillary ganhou no voto popular, com uma vantagem de quase três milhões em relação a Trump. O republicano ganhou, porém, no Colégio Eleitoral, com vitórias em estados-chave que foram suficientes para garantir sua chegada à Casa Branca.

O fracasso dos modelos de pesquisa mais sofisticados em prever a vitória de Trump no Colégio Eleitoral "levou a uma nova onda de críticas dos métodos quantitativos de previsão de eleições", lembra o estudo.

Os pesquisadores dizem, contudo, que é preciso ter em mente que as pesquisas não são infalíveis.

"Uma previsão que coloca a probabilidade de um resultado em 80% estará errada 20% das vezes", completa o estudo.

Kennedy lembrou que ele e seus colaboradores previram uma chance de 84% de vitória para Hillary.

"Isso significava uma chance de 16% de uma vitória de Trump", afirmou ele, que acrescentou: "Improvável, mas ainda possível".

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