Covid-19 na China: Os chineses contabilizam apenas aqueles que morreram diretamente da covid-19 (AFP/AFP)
André Martins
Publicado em 19 de dezembro de 2022 às 09h00.
Última atualização em 19 de dezembro de 2022 às 09h04.
As autoridades de saúde chinesas anunciaram nesta segunda-feira, 19, duas novas mortes por covid-19, ambas na capital Pequim. Foram os primeiros óbitos registrados em duas semanas, em meio ao esperado aumento no número de casos da doença depois que o país abrandou sua rígida política de "covid zero".
A China não registrava uma morte por covid-19 desde 4 de dezembro, embora relatos não oficiais de uma nova onda de casos sejam generalizados.
Com os novos registros, a Comissão Nacional de Saúde (NHC, na sigla em inglês) elevou o total da China para 5.237 mortes por coronavírus nos últimos três anos, de 380.453 casos da doença - números muito menores do que em outros grandes países, mas também baseados em estatísticas cujos métodos de coleta são questionados.
Os chineses contabilizam apenas aqueles que morreram diretamente da covid-19, excluindo pessoas cujas condições subjacentes, como diabetes e doenças cardíacas, foram agravadas pelo vírus.
Em muitos outros países, as diretrizes estipulam que qualquer morte em que o coronavírus seja um fator ou contribuinte seja classificada como uma morte relacionada à covid-19.
Nas últimas semanas, depoimentos de familiares e pessoas que trabalham no setor funerário, que não quiseram ser identificados por medo de represálias, indicaram aumento no número de mortes pela doença.
A China costuma atribuir o volume baixo de casos e mortes à sua dura política de combate ao vírus. No entanto, medidas como restrições de viagens, testes obrigatórios e quarentenas colocaram a sociedade chinesa e a economia nacional sob enorme estresse, aparentemente convencendo o Partido Comunista a seguir conselhos externos e alterar sua estratégia.
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