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Pela quarta vez, Vladimir Putin toma posse como presidente da Rússia

A cerimônia o faz com que o líder permaneça no poder até 2024, após 18 anos à frente da Rússia, como chefe de Estado ou de Governo

Putin: o presidente teve neste ano o melhor resultado desde que chegou ao poder no ano 2000 (Sputnik/Presidência russa/Reuters)
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AFP

Publicado em 7 de maio de 2018 às 08h49.

Última atualização em 7 de maio de 2018 às 09h08.

Moscou - Vladimir Putin tomou posse nesta segunda-feira para o quarto mandato presidencial, que fará com que permaneça no poder até 2024, após 18 anos à frente da Rússia, como chefe de Estado ou de Governo.

"Considero meu dever e o sentido da minha vida fazer todo o possível pela Rússia, por seu presente e por seu futuro", declarou, após prestar juramento com a mão sobre a Constituição, em uma cerimônia solene no Grande Palácio do Kremlin em Moscou, na presença dos presidentes das duas câmaras do Parlamento russo e do Tribunal Constitucional.

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Putin, reeleito em março com 76,7% dos votos, o melhor resultado desde que chegou ao poder no ano 2000, é mais do que nunca o homem forte da Rússia, país que voltou a ganhar destaque no cenário internacional ao custo de tensões com os países ocidentais.

"Sou particularmente consciente de minha responsabilidade colossal diante de cada um de vocês, diante da Rússia", afirmou Putin durante a cerimônia.

"Farei todo o possível para aumentar o poder, a prosperidade e a glória da Rússia", completou, diante de deputados, senadores e personalidades do mundo cultural reunidos no Kremlin.

"Toda nossa beleza e toda nossa força residem em nossa autenticidade cultural e em nossa unidade".

Também agradeceu aos russos por seu "apoio sincero" e disse que o povo "é importante não apenas para defender nossas propostas no cenário internacional, mas também para as mudanças positivas profundas dentro do país".

"Se um dirigente defende os interesses de seu país, que fique no poder até o fim de seus dias", afirmou à AFP Maxim Kuznetsov, um comerciante de Moscou, poucas horas antes da cerimônia, a qual Putin chegou em uma limusine de fabricação russa.

As eleições de março, nas quais Putin superou os rivais com grande vantagem, foram consideradas "transparentes ao máximo" pela Comissão Eleitoral. A oposição e várias ONGs denunciaram, no entanto, milhares de irregularidades, como urnas preenchidas de modo ilegal ou eleitores transportados de ônibus para votar sob pressão de seus chefes.

Dois dias antes da posse, no sábado, várias manifestações contra Putin foram organizadas em todo o país por seu principal opositor, Alexey Navalny.

Em muitos casos, as manifestações, proibidas pelas autoridades, foram dispersadas com violência. Mais de 1.500 pessoas foram detidas, incluindo Navalny, liberado pouco depois.

Navalny, inelegível após uma condenação penal orquestrada pelo Kremlin, não foi autorizado a disputar as eleições.

No dia 6 de maio de 2012, um dia antes da posse anterior de Putin, um protesto da oposição na Praça Bolotnaia de Moscou terminou em confrontos com a polícia e vários manifestantes foram condenados a penas de prisão.

Interesses russos

Durante a campanha, Putin falou sobre a potência militar russa, mas após a reeleição declarou que deseja reduzir os gastos militares em 2018 e 2019 e nega uma nova corrida armamentista.

Desde 2014, com a anexação da península ucraniana da Crimeia, sua popularidade na Rússia cresceu ainda mais.

"Mas agora seu objetivo não é anexar novos territórios à Rússia, e sim fazer com que o mundo inteiro leve em consideração os interesses russos e aceite suas conquistas", disse à AFP o analista Dmitri Orechkin.

A Rússia, objeto desde 2014 de sanções ocidentais sem precedentes pela crise ucraniana, também se opõe aos países ocidentais na guerra na Síria e é acusada de interferências na campanha eleitoral de Donald Trump.

O confronto Oriente-Ocidente aumentou ainda mais com as acusações do Reino Unido de que a Rússia foi responsável pelo envenenamento de um ex-espião russo em território britânico, o que o Kremlin nega.

Putin deve permanecer no poder até 2024, quando completará 72 anos.

Ao ser questionado após a reeleição em março sobre os planos para depois de 2024, respondeu: "Está de brincadeira. O que vou fazer? Ficar até os 100? Não".

Exceto no caso de uma reforma constitucional, Putin não poderá ser candidato em 2024 porque a lei proíbe mais de dois mandatos consecutivos.

Analistas acreditam que o presidente russo poderia preparar sua sucessão nos próximos anos, mas até o momento ele não deu nenhuma pista neste sentido.

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