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Pela primeira vez na história, Turquia terá segundo turno na eleição presidencial

Após a apuração de mais de 99% das urnas, Erdogan tem 49,4% dos votos e Kiliçdaroglu 44,95%, um resultado melhor que o esperado para o atual chefe de estado

Turquia: Os resultados definitivos das disputas presidenciais e legislativas celebradas no domingo ainda não foram divulgados (AFP/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 15 de maio de 2023 às 07h14.

A Turquia caminha nesta segunda-feira, 15, pela primeira vez em sua história, para um segundo turno eleitoral em 28 de maio entre o atual presidente Recep Tayyip Erdogan, um conservador islâmico, e seu principal rival, Kemal Kiliçdaroglu, um social-democrata.

Os resultados definitivos das disputas presidenciais e legislativas celebradas no domingo ainda não foram divulgados. Os 64 milhões de eleitores do país compareceram em massa às urnas e o índice de participação provisório é de quase 90%.

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Após a apuração de mais de 99% das urnas, Erdogan tem 49,4% dos votos e Kiliçdaroglu 44,95%, um resultado melhor que o esperado para o atual chefe de Estado, que aparecia em desvantagem nas pesquisas mais recentes.

A oposição, que no domingo chegou a afirmar que liderava a votação, recebeu os números como um banho de água fria. "Se nossa nação decidir pelo segundo turno, nós certamente venceremos no segundo turno", disse Kiliçdaroglu durante a madrugada. O social-democrata lidera uma ampla coalizão de seis partidos opositores e afirmou que "a vontade de mudança na sociedade é maior do que 50%".

Recep Tayyip Erdogan, reeleito em 2018 no primeiro turno, também discursou para simpatizantes no domingo à noite. "Acredito sinceramente que vamos continuar servindo o nosso povo nos próximos cinco anos", disse Erdogan, que está desde 2003 no poder (primeiro-ministro de 2003 a 2014 e depois presidente). Nas últimas semanas ele fez diversas promessas para conter a inflação elevada que afeta o país.

O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, conservador islâmico), parece estar bem posicionado para prosseguir com a maioria no Parlamento.

Terceiro colocado será o fiel da balança no segundo turno

O resultado do segundo turno dependerá parcialmente de um terceiro candidato, o nacionalista Sinan Ogan, que recebeu quase 5% dos votos no domingo. Até o momento ele não pediu a seus simpatizantes que votem em nenhum dos candidatos.

No bairro de Sishan, em Istambul, os moradores expressaram opiniões conflitantes nesta segunda-feira sobre o resultado do segundo turno em 28 de maio.

Para Betul Yilmaz, 26 anos, "Kiliçdaroglu pode vencer se estabelecer uma aliança com Sinan Ogan". "Mas está muito disputado", acrescenta a jovem.

"Tayyip Erdogan vencerá. É um verdadeiro líder, os turcos confiam nele e tem uma visão para a Turquia", afirmou Hamdi Kurumahmut, 40 anos, que trabalha no setor de turismo. "Certamente há coisas que devem melhorar, na economia, na educação ou nas políticas de recepção dos refugiados. Mas sabemos ele é quem pode solucionar tudo isto"”, defendeu o homem.

Durante a noite, os dois lados travaram uma batalha de números, com pedidos para que seus observadores permanecessem nos locais de apuração dos votos "até o fim".

O lado de Kiliçdaroglu rapidamente rejeitou os primeiros números, que apontavam uma grande vantagem de Erdogan, afirmando que os resultados das áreas de votação mais favoráveis ao candidato da oposição ainda não haviam sido contabilizados devido aos vários recursos apresentados, o que provocava atrasos no processo de apuração.

Porém, o jornal Sabah, ligado a Erdogan, destacou que o fato de o presidente ser o mais votado no primeiro turno representa um "êxito formidável".

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