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Parlamento iraquiano aprova plano de reformas anticorrupção

Milhares de iraquianos protestam há várias semanas em Bagdá e no sul do país contra a corrupção generalizada da classe política

Membros do parlamento do Iraque: "Foi aprovado por unanimidade", disse o presidente do Parlamento, Salim al-Juburi, após a votação (Thaier Al-Sudani/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2015 às 10h26.

O Parlamento iraquiano aprovou nesta terça-feira por unanimidade um plano de reformas do primeiro-ministro Haider al-Abadi para lutar contra a corrupção e reduzir o desperdício do governo.

"Foi aprovado por unanimidade", disse o presidente do Parlamento, Salim al-Juburi, após a votação, que aconteceu sem debate, logo depois da leitura do texto.

Al-Abadi propôs no domingo uma série de medidas para combater a corrupção, reestruturar o governo e melhorar a rede de serviços públicos, após semanas de protestos, que provocaram um pronunciamento, na mesma linha dos manifestantes, do grande aiatolá Ali al-Sistani, máxima autoridade religiosa xiita do país.

A sessão contou com 297 dos 328 deputados presentes, segundo Al-Juburi, que na segunda-feira pediu aos parlamentares que avaliassem as medidas já aprovadas pelo Executivo.

Ele também pediu ao primeiro-ministro a demissão dos integrantes do governo que são corruptos ou negligentes.

O Parlamento também aprovou um segundo plano com medidas adicionais e a sessão terminou em pouco mais de 30 minutos.

A aprovação do pacote de reformas anticorrupção é uma vitória para Al-Abadi, mas a questão agora é saber como as medidas serão implementadas e se os políticos não tentarão frustrar as mesmas.

"Todos os políticos iraquianos apoiam oficialmente as reformas e a luta contra a corrupção, mas todos estão afundados nela", disse Zaid al-Ali, analista e autor de "The Struggle For Iraq's Future" ("A Luta pelo futuro do Iraque").

"Eles têm que dizer que apoiam a reforma, mas trabalharão contra ela", completou.

Os iraquianos protestam contra os péssimos serviços públicos, especialmente a energia elétrica, que sofre cortes diários de várias horas, em meio a uma onda de calor que atinge temperaturas acima de 50 graus.

Milhares de pessoas protestam há várias semanas em Bagdá e em cidades do sul do país de maioria xiita (a confissão do primeiro-ministro) para demonstrar indignação com as autoridades e pressionar o governo por mudanças significativas.

Esta não é a primeira onda de protestos contra os serviços públicos ineficientes. Mas desta vez, as manifestações conseguiram provocar uma reação das autoridades, em parte porque as demandas receberam o apoio na semana passada do aiatolá Sistani.

A principal autoridade religiosa xiita do Iraque pediu diretamente a Al-Abadi a adoção de "medidas drásticas" contra a corrupção, considerando que os "passos menores" anunciados até então não eram suficientes.

No domingo, o primeiro-ministro anunciou o pacote de aprovado nesta terça-feira, que inclui o fim dos cargos de vice-presidente e vice-premier com caráter imediato. Al-Abadi descreveu estes postos como "uma das entradas para a corrupção".

O plano também pretende acabar com as "cotas políticas e sectárias" entre os altos dirigentes, além de aumentar a vigilância contra a corrupção e a melhoria dos serviços públicos.

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O Parlamento iraquiano aprovou nesta terça-feira por unanimidade um plano de reformas do primeiro-ministro Haider al-Abadi para lutar contra a corrupção e reduzir o desperdício do governo.

"Foi aprovado por unanimidade", disse o presidente do Parlamento, Salim al-Juburi, após a votação, que aconteceu sem debate, logo depois da leitura do texto.

Al-Abadi propôs no domingo uma série de medidas para combater a corrupção, reestruturar o governo e melhorar a rede de serviços públicos, após semanas de protestos, que provocaram um pronunciamento, na mesma linha dos manifestantes, do grande aiatolá Ali al-Sistani, máxima autoridade religiosa xiita do país.

A sessão contou com 297 dos 328 deputados presentes, segundo Al-Juburi, que na segunda-feira pediu aos parlamentares que avaliassem as medidas já aprovadas pelo Executivo.

Ele também pediu ao primeiro-ministro a demissão dos integrantes do governo que são corruptos ou negligentes.

O Parlamento também aprovou um segundo plano com medidas adicionais e a sessão terminou em pouco mais de 30 minutos.

A aprovação do pacote de reformas anticorrupção é uma vitória para Al-Abadi, mas a questão agora é saber como as medidas serão implementadas e se os políticos não tentarão frustrar as mesmas.

"Todos os políticos iraquianos apoiam oficialmente as reformas e a luta contra a corrupção, mas todos estão afundados nela", disse Zaid al-Ali, analista e autor de "The Struggle For Iraq's Future" ("A Luta pelo futuro do Iraque").

"Eles têm que dizer que apoiam a reforma, mas trabalharão contra ela", completou.

Os iraquianos protestam contra os péssimos serviços públicos, especialmente a energia elétrica, que sofre cortes diários de várias horas, em meio a uma onda de calor que atinge temperaturas acima de 50 graus.

Milhares de pessoas protestam há várias semanas em Bagdá e em cidades do sul do país de maioria xiita (a confissão do primeiro-ministro) para demonstrar indignação com as autoridades e pressionar o governo por mudanças significativas.

Esta não é a primeira onda de protestos contra os serviços públicos ineficientes. Mas desta vez, as manifestações conseguiram provocar uma reação das autoridades, em parte porque as demandas receberam o apoio na semana passada do aiatolá Sistani.

A principal autoridade religiosa xiita do Iraque pediu diretamente a Al-Abadi a adoção de "medidas drásticas" contra a corrupção, considerando que os "passos menores" anunciados até então não eram suficientes.

No domingo, o primeiro-ministro anunciou o pacote de aprovado nesta terça-feira, que inclui o fim dos cargos de vice-presidente e vice-premier com caráter imediato. Al-Abadi descreveu estes postos como "uma das entradas para a corrupção".

O plano também pretende acabar com as "cotas políticas e sectárias" entre os altos dirigentes, além de aumentar a vigilância contra a corrupção e a melhoria dos serviços públicos.

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