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Parlamento britânico revela "equívoco" de ação na Líbia

A Comissão de Assuntos Externos apontou vários erros no processo que levou Londres a intervir militarmente ao lado da França, em 2011

Soldados britânicos: "A estratégia do Reino Unido foi fundamentada em postulados equivocados e em uma análise parcial das provas" (Murray Kerr/ Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2016 às 09h05.

A intervenção militar britânica de 2011 na Líbia foi baseada em "postulados equivocados", afirmam parlamentares britânicos em um relatório publicado nesta quarta-feira que critica severamente o ex-premier David Cameron.

A Comissão de Assuntos Externos apontou vários erros no processo que levou Londres a intervir militarmente ao lado da França , em 2011, oficialmente para proteger civis ameaçados pelo ditador líbio Muammar Kadhafi.

O governo "não conseguiu comprovar a ameaça real do regime de Kadhafi aos civis e, assim, levou ao pé da letra e de maneira seletiva certos elementos da retórica" do ditador, além de "fracassar na identificação das facções islâmicas radicais dentro da rebelião" líbia, concluíram os parlamentares.

"A estratégia do Reino Unido foi fundamentada em postulados equivocados e em uma análise parcial das provas", destacou o relatório.

Cinco anos após a queda e morte de Kadhafi, o caos impera na Líbia, país rico em petróleo e onde um governo de união nacional (GNA), apoiado pela ONU , não consegue estabelecer sua autoridade no conjunto do país.

As forças do governo do Leste, não reconhecido internacionalmente, assumiram o controle de quatro terminais do chamado Crescente petroleiro, instalações cruciais para a economia do país situadas entre Benghazi e Sirte, a última cidade onde as tropas do GNA tentam, há quatro meses, expulsar o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Segundo Crispin Blunt, presidente da comissão, o governo Cameron deveria ter privilegiado outras opções, como um "compromisso político capaz de proteger a população civil e mudar o regime a um custo menor para a Líbia e o Reino Unido".

David Cameron também deveria ter compreendido que os radicais islâmicos tentariam tirar proveito da rebelião, destaca o documento, que não identifica uma análise correta da natureza da revolta líbia por parte de Londres.

Cameron "foi o responsável final pelo fracasso do desenvolvimento de uma estratégia coerente na Líbia", concluem os deputados.

O ex-premier conservador não prestou depoimento à comissão alegando "uma agenda pesada".

O fracasso da transição pós-Kadhafi na Líbia também é um tema sensível nos Estados Unidos, onde a secretária de Estado na época e hoje candidata à presidência, Hillary Clinton, é acusada de negligência na reação ao ataque ao consulado dos EUA em Benghazi, em 2012, no qual morreram o embaixador Christopher Stevens e outros três americanos.

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A intervenção militar britânica de 2011 na Líbia foi baseada em "postulados equivocados", afirmam parlamentares britânicos em um relatório publicado nesta quarta-feira que critica severamente o ex-premier David Cameron.

A Comissão de Assuntos Externos apontou vários erros no processo que levou Londres a intervir militarmente ao lado da França , em 2011, oficialmente para proteger civis ameaçados pelo ditador líbio Muammar Kadhafi.

O governo "não conseguiu comprovar a ameaça real do regime de Kadhafi aos civis e, assim, levou ao pé da letra e de maneira seletiva certos elementos da retórica" do ditador, além de "fracassar na identificação das facções islâmicas radicais dentro da rebelião" líbia, concluíram os parlamentares.

"A estratégia do Reino Unido foi fundamentada em postulados equivocados e em uma análise parcial das provas", destacou o relatório.

Cinco anos após a queda e morte de Kadhafi, o caos impera na Líbia, país rico em petróleo e onde um governo de união nacional (GNA), apoiado pela ONU , não consegue estabelecer sua autoridade no conjunto do país.

As forças do governo do Leste, não reconhecido internacionalmente, assumiram o controle de quatro terminais do chamado Crescente petroleiro, instalações cruciais para a economia do país situadas entre Benghazi e Sirte, a última cidade onde as tropas do GNA tentam, há quatro meses, expulsar o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Segundo Crispin Blunt, presidente da comissão, o governo Cameron deveria ter privilegiado outras opções, como um "compromisso político capaz de proteger a população civil e mudar o regime a um custo menor para a Líbia e o Reino Unido".

David Cameron também deveria ter compreendido que os radicais islâmicos tentariam tirar proveito da rebelião, destaca o documento, que não identifica uma análise correta da natureza da revolta líbia por parte de Londres.

Cameron "foi o responsável final pelo fracasso do desenvolvimento de uma estratégia coerente na Líbia", concluem os deputados.

O ex-premier conservador não prestou depoimento à comissão alegando "uma agenda pesada".

O fracasso da transição pós-Kadhafi na Líbia também é um tema sensível nos Estados Unidos, onde a secretária de Estado na época e hoje candidata à presidência, Hillary Clinton, é acusada de negligência na reação ao ataque ao consulado dos EUA em Benghazi, em 2012, no qual morreram o embaixador Christopher Stevens e outros três americanos.

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