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Parentes de reféns do Hamas em Gaza foram presos durante discurso de Netanyahu no Congresso dos EUA

Seis pessoas que realizaram protesto silencioso foram retiradas das galerias e intimadas a comparecer a um tribunal na capital americana

Parentes de reféns do Hamas fazem ato diante do Congresso dos EUA (Matthew Hatcher/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 25 de julho de 2024 às 16h46.

Última atualização em 27 de setembro de 2024 às 13h11.

Seis parentes de pessoas capturadas pelo grupo terrorista Hamas durante os ataques de outubro do ano passado em Israel foram presos pela polícia durante um discurso do premier israelense, Benjamin Netanyahu , no Congresso dos EUA. Alguns deles vestiam uma camiseta que pressionava o governo para que assine imediatamente um acordo de cessar-fogo que garanta o retorno imediato dos reféns.

Em publicação no X, a Polícia do Capitólio confirmou que cinco pessoas que estavam nas galerias, acompanhando a fala de Netanyahu, "interromperam o discurso durante a Reunião Conjunta", e foram "imediatamente retiradas e presas".

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O grupo usava uma camiseta amarela com a frase "Assine o acordo agora", uma referência a um plano de cessar-fogo defendido pela comunidade internacional, que prevê a suspensão dos combates e o retorno dos mais de 100 reféns ainda na Faixa de Gaza.

Segundo o Fórum das Famílias de Reféns, que organizou o ato, os detidos foram Michael Levy, irmão do refém Or Levy; Alon Gat, irmão de Carmel Gat; Gil Dickmann, primo de Carmel Gat; Carmit Palty Katzir, irmã de Elad Katzir, que morreu no cativeiro; e Leat Corinne, tia de Omer Shem Tov,.

"Fomos presos neste discurso porque usávamos aquelas camisas, apenas dizendo 'Assine o acordo'. Esse foi o nosso crime", disse Carmit Palty, em vídeo divulgado pelo grupo no final do dia.

Uma sexta pessoa, Zahiro Shahar Mor, sobrinho do refém Abraham Munder, foi preso depois de gritar "1,4 mil mortos" na galeria, e também ser retirado pelos agentes.

"Perturbar o Congresso e manifestar-se nos edifícios do Congresso é contra a lei", disse a Polícia do Capitólio.

Segundo o Canal 12, de Israel, a embaixada do país está prestando assistência aos seis detidos, que receberam a ordem para se apresentar a um tribunal da capital americana no mês que vem. Os seis, diz o Canal 12, querem deixar os EUA o quanto antes, e querem fechar um acordo para que possam responder a um eventual processo mesmo estando fora do país.

As famílias dos mais de 100 reféns que ainda estão em Gaza estão na linha de frente dos protestos contra Netanyahu em Israel, exigindo que ele feche imediatamente um acordo para cessar os combates e permitir que os capturados retornem para casa, ou que os restos mortais dos que morreram no enclave palestino possam ser entregues aos parentes. Mas o premier não parece disposto a ceder, e joga a culpa na continuidade do conflito no Hamas, como o fez no discurso de quarta-feira no Congresso.

"A guerra em Gaza poderia acabar amanhã se o Hamas se render, se desarmar e se todos os reféns retornarem. Se eles não fizerem isso, Israel vai lutar até destruir as capacidades militares do Hamas, eliminar seu domínio em Gaza e retornar todos os reféns", disse o premier, sem citar um eventual acordo.

Do lado de fora do Capitólio, dezenas de pessoas foram presas em manifestações contra a presença de Netanyahu nos EUA — em um dos protestos, uma bandeira americana foi queimada do lado de fora da Union Station, um ato criticado pelo meio político americano, incluindo pela vice-presidente e virtual candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris. No discurso, Netanyahu chamou os manifestantes de "idiotas úteis do Irã".

"Condeno quaisquer indivíduos que se associem à brutal organização terrorista Hamas, que prometeu aniquilar o Estado de Israel e matar judeus. O grafite e a retórica pró-Hamas são abomináveis ​​e não devemos tolerá-los em nossa nação", disse Kamala, que se encontra com Neyanyahu nesta quinta-feira, em comunicado. “Condeno a queima da bandeira americana. Essa bandeira é um símbolo dos nossos mais elevados ideais como nação e representa a promessa dos EUA."

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