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Paraguai anuncia reunião e Venezuela desafia Mercosul

Segundo o chanceler paraguaio, encontro incluirá representantes de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e não contará com a presença de delegados da Venezuela

Nicolás Maduro: o presidente da venezuela reagiu à reunião e chamou Brasil, Argentina e Paraguai de "tríplice aliança de torturadores" (Spencer Platt/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2016 às 09h07.

O Paraguai anunciou, nesta quarta-feira (3), uma reunião do Mercosul para o dia seguinte, em sua sua sede, Montevidéu, enquanto o presidente da Venezuela , Nicolás Maduro, desafiava o bloco afirmando que assumirá a sua presidência .

Em mais um dia de tensão política para o bloco, foi Assunção que divulgou a realização de uma reunião de vice-chanceleres e de coordenadores técnicos do Mercosul na capital do Uruguai.

Segundo o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, o encontro incluirá representantes de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e será na sede do Mercosul. Não contará com a presença de delegados da Venezuela.

"Em Montevidéu, vamos discutir como enfrentar esses seis meses que vêm. Talvez possamos ir revisando o Protocolo de Adesão da Venezuela para resolver essa situação da presidência e pode, tranquilamente, seguir-se depois a ordem alfabética, e a Argentina tomar a presidência", afirmou Loizaga em entrevista coletiva em Assunção.

Em nota, a Chancelaria paraguaia disse que o encontro será na sede do Mercosul, a partir das 13h GMT (10h, horário de Brasília), de amanhã.

"A sede administrativa pertence a todos os Estados-membros", frisou o chanceler paraguaio, acrescentando que a reunião "não se faz sob o guarda-chuva do governo do Uruguai que era, em seu momento, o coordenador".

"Nós nos autoconvocamos. Falamos com os chanceleres José Serra e Susana Malcorra (Argentina) e decidimos nos reunir em Montevidéu para analisar toda a documentação também", completou.

"Tríplice aliança de torturadores"

Maduro reagiu à reunião afirmando que seu país exercerá "plenamente" a presidência do bloco, e chamou Brasil, Argentina e Paraguai de "tríplice aliança de torturadores".

"Somos presidentes do Mercosul e vamos exercer isto plenamente", disse Maduro durante um ato oficial em Caracas, transmitido pela TV estatal.

Madurou afirmou que a Venezuela é perseguida pelos governos de Brasil, Argentina e Paraguai, uma "tríplice aliança de torturadores da América do Sul".

"Agora nos persegue (...) a oligarquia paraguaia, corrupta e narcotraficante. Agora nos persegue (o presidente Mauricio) Macri da Argentina, fracassado, repudiado por seu povo. Agora nos persegue a ditadura imposta no Brasil".

"Aqui os esperamos, aqui vamos enfrentá-los e aqui vamos derrotá-los", desafiou Maduro.

Brasil e Paraguai não aceitam que a Venezuela assuma a presidência do bloco - a qual cada sócio exerce por seis meses - devido à crise política no país petroleiro.

Na sexta-feira, o Uruguai deu por concluída sua presidência do Mercosul, sem anunciar a transferência para qualquer sócio do bloco.

Na segunda-feira, a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, já havia elevado o tom contra Brasília, Buenos Aires e Assunção ao afirmar que trata-se "da tríplice aliança, que pretende reeditar o Plano Condor" contra a "revolução bolivariana".

O Plano Condor foi um sistema de repressão coordenado entre as ditaduras do Cone Sul durante os anos 70 e 80.

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O Paraguai anunciou, nesta quarta-feira (3), uma reunião do Mercosul para o dia seguinte, em sua sua sede, Montevidéu, enquanto o presidente da Venezuela , Nicolás Maduro, desafiava o bloco afirmando que assumirá a sua presidência .

Em mais um dia de tensão política para o bloco, foi Assunção que divulgou a realização de uma reunião de vice-chanceleres e de coordenadores técnicos do Mercosul na capital do Uruguai.

Segundo o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, o encontro incluirá representantes de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e será na sede do Mercosul. Não contará com a presença de delegados da Venezuela.

"Em Montevidéu, vamos discutir como enfrentar esses seis meses que vêm. Talvez possamos ir revisando o Protocolo de Adesão da Venezuela para resolver essa situação da presidência e pode, tranquilamente, seguir-se depois a ordem alfabética, e a Argentina tomar a presidência", afirmou Loizaga em entrevista coletiva em Assunção.

Em nota, a Chancelaria paraguaia disse que o encontro será na sede do Mercosul, a partir das 13h GMT (10h, horário de Brasília), de amanhã.

"A sede administrativa pertence a todos os Estados-membros", frisou o chanceler paraguaio, acrescentando que a reunião "não se faz sob o guarda-chuva do governo do Uruguai que era, em seu momento, o coordenador".

"Nós nos autoconvocamos. Falamos com os chanceleres José Serra e Susana Malcorra (Argentina) e decidimos nos reunir em Montevidéu para analisar toda a documentação também", completou.

"Tríplice aliança de torturadores"

Maduro reagiu à reunião afirmando que seu país exercerá "plenamente" a presidência do bloco, e chamou Brasil, Argentina e Paraguai de "tríplice aliança de torturadores".

"Somos presidentes do Mercosul e vamos exercer isto plenamente", disse Maduro durante um ato oficial em Caracas, transmitido pela TV estatal.

Madurou afirmou que a Venezuela é perseguida pelos governos de Brasil, Argentina e Paraguai, uma "tríplice aliança de torturadores da América do Sul".

"Agora nos persegue (...) a oligarquia paraguaia, corrupta e narcotraficante. Agora nos persegue (o presidente Mauricio) Macri da Argentina, fracassado, repudiado por seu povo. Agora nos persegue a ditadura imposta no Brasil".

"Aqui os esperamos, aqui vamos enfrentá-los e aqui vamos derrotá-los", desafiou Maduro.

Brasil e Paraguai não aceitam que a Venezuela assuma a presidência do bloco - a qual cada sócio exerce por seis meses - devido à crise política no país petroleiro.

Na sexta-feira, o Uruguai deu por concluída sua presidência do Mercosul, sem anunciar a transferência para qualquer sócio do bloco.

Na segunda-feira, a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, já havia elevado o tom contra Brasília, Buenos Aires e Assunção ao afirmar que trata-se "da tríplice aliança, que pretende reeditar o Plano Condor" contra a "revolução bolivariana".

O Plano Condor foi um sistema de repressão coordenado entre as ditaduras do Cone Sul durante os anos 70 e 80.

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