Brasil precisa de uma Belo Monte por ano de energia
A avaliação é do coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Nivalde de Castro
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - O crescimento da economia brasileira vai levar a um aumento no consumo de energia e o país vai precisar a cada ano de cerca de 4 a 5 mil megawatts de capacidade nova instalada. Isso equivale à quantidade de energia estimada para a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que deverá entrar em operação em 2015. A avaliação é do coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Nivalde de Castro.
Para ele, o resultado do leilão de Belo Monte, realizado na última terça-feira (20), foi positivo porque a tarifa, de R$ 77,97 por megawatt-hora, é considerada boa para o consumidor brasileiro. "Essa usina, bem como as usinas de Jirau e Santo Antônio [ no Rio Madeira, RO ], vai reafirmar a matriz hidrelétrica brasileira, que é limpa, renovável e apresenta uma tarifa muito barata", diz.
Castro lembra que, em 2007 e 2008, quando o Brasil não tinha projetos de hidreletricidade para levar a leilão, por causa da paralisação dos estudos de inventário, o Brasil foi obrigado a contratar 7 mil megawatts de termelétricas a óleo, energia considerada mais cara e mais poluente. Para ele, o Brasil tem a melhor matriz elétrica do mundo.
Segundo Castro, as tentativas de barrar judicialmente a obra não terão sucesso. "É um empreendimento que o Brasil precisa, tem um peso muito importante para o desenvolvimento do país. Isso é o que move a AGU [ Advocacia-Geral da União ] para evitar qualquer imbróglio que venha a prejudicar a construção desse empreendimento".
A capacidade total instalada da usina será de 11,2 mil megawatts, mas a energia assegurada, ou seja, aquela que pode ser garantida, prevendo os períodos de seca, será de 4,5 mil megawatts médios.
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