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Para Cristina Kirchner, processo de Lugo foi "golpe suave"

A anfitriã também afirmou que não apoiará sanções econômicas que prejudiquem o povo paraguaio e que não tomará qualquer medida que prejudique o povo paraguaio

Presidente argentina, Cristina Kirchner: segundo Cristina, a reunião de Mendoza será "histórica" porque põe em questão a instalação de "golpes suaves" na região (Juan Mabromata/AFP)

Presidente argentina, Cristina Kirchner: segundo Cristina, a reunião de Mendoza será "histórica" porque põe em questão a instalação de "golpes suaves" na região (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2012 às 17h16.

Mendoza - A presidente argentina, Cristina Kirchner, qualificou nesta sexta-feira como uma "paródia" o julgamento político que levou à cassação de Fernando Lugo no Paraguai, e alertou sobre os "golpes suaves" na região.

"Houve uma ruptura da ordem democrática na República do Paraguai. Em minha opinião, parece uma paródia de julgamento o que aconteceu contra Lugo, porque não há no mundo um julgamento político sem a possibilidade de defesa", disse Cristina durante o discurso inaugural da 43ª cúpula do Mercosul, na cidade argentina de Mendoza.

A anfitriã também afirmou que não apoiará sanções econômicas que prejudiquem o povo paraguaio e que não tomará qualquer medida que prejudique o povo paraguaio.

"Temos muito claro que as sanções econômicas nunca são contas pagas pelos Governos, mas pelos povos e nenhum de nossos povos pode sofrer com a decisão da de dirigentes políticos", ressaltou na abertura. A governante entregará hoje a Presidência temporária do bloco ao Brasil.

A crise no Paraguai, que foi suspenso da cúpula pelos outros países do bloco (Argentina, Brasil e Uruguai), se tornou o tema central da reunião e também do encontro presidencial da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que ocorrerá ao término da Cúpula de Mendoza.


Na reunião da última quinta-feira, os chanceleres do Mercosul concordaram em manter a suspensão do Paraguai do bloco, medida que será avaliada nesta sexta pelos líderes para uma determinação final.

Segundo Cristina, a reunião de Mendoza será "histórica" porque põe em questão a instalação de "golpes suaves" na região, não sob o modelo de ditaduras, mas por movimentos sociais, que com certa institucionalidade, ameaçam a ordem institucional.

A presidente apontou que apesar de constituições da região contemplar o julgamento político, são necessárias garantias para o devido processo e que ocorra mediante determinadas regras.

Cristina ainda ressaltou que mesmo que os presidentes da Unasul não sejam iguais em tudo, "todos reagiram da mesma forma, rejeitando este tipo de tentativas de ruptura da ordem democrático".

Além da governante argentina, participam da reunião em Mendoza os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, Uruguai, José Mujica, Peru, Ollanta Humala, Bolívia, Evo Morales, Chile, Sebastián Piñera, Equador, Rafael Correa, e Suriname, Desiré Bouterse. Os outros países-membros (Colômbia, Venezuela e Guiana) estão representados por chanceleres e outros altos funcionários. 

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