Para Coreia do Norte, próximo passo é um teste nuclear
Após lançamento de foguete de longo alcance, país parece se encaminhar agora para realizar seu terceiro teste com armas nucleares
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2013 às 07h39.
Seul - Depois de abalar o mundo na quarta-feira ao lançar um foguete de longo alcance, a Coreia do Norte parece se encaminhar agora para realizar seu terceiro teste com armas nucleares.
Foi isso que aconteceu em 2009, quando o recluso e imprevisível regime comunista norte-coreano realizou um teste nuclear em 25 de maio, um mês depois de lançar um foguete.
Para a Coreia do Norte e seu governante absolutista, Kim Jong-un, os custos dos programas de foguetes e armas nucleares - estimados pelo governo sul-coreano em 2,8 a 3,2 bilhões de dólares desde 1998 - e o risco de novas sanções da ONU ou de governos individuais simplesmente não são parte do cálculo.
"A Coreia do Norte vai insistir que qualquer sanção é injusta, e, se as sanções forem endurecidas, a probabilidade de a Coreia do Norte realizar um teste nuclear é alta", disse Baek Seung-joo, do Instituto de Análises de Defesa da Coreia, em Seul.
O Conselho de Segurança da ONU deverá discutir uma resposta ao lançamento do foguete desta semana. Pyongyang disse que a operação se destinava a colocar um satélite em órbita, mas observadores dizem que a mesma tecnologia poderia ser adaptada para lançar uma ogiva nuclear contra o território continental dos EUA.
Sanções da ONU impostas em 2006 e 2009 proíbem a Coreia do Norte de desenvolver tecnologias relacionadas a armas nucleares e mísseis balísticos. Mas nada garante que uma nova resolução do Conselho de Segurança contra a Coreia do Norte terá algum efeito. Até mesmo a China - aliada ideológica de Pyongyang - tem influência limitada sobre o regime.
Para a Coreia do Norte, o objetivo final seria um tratado de paz formal com os EUA, o reconhecimento diplomático e uma ajuda financeira que estimule sua moribunda economia.
"Eles esperam que os EUA finalmente encarem a desagradável realidade e comecem negociações destinadas a desacelerar ou congelar, mas não reverter, seus programas nuclear e de mísseis", disse Andrei Lankov, especialista em Coreia do Norte na Universidade Kookmin, em Seul.
"Se tal acordo for possível, o mero reconhecimento não basta. Os EUA terão de pagar, terão de fornecer uma generosa ‘ajuda' como recompensa pela disposição dos norte-coreanos de desacelerar ou parar por um tempo." Recentes imagens de satélites comerciais mostram que a Coreia do Norte reconstruiu uma velha estrada que leva a um campo de testes nucleares numa região montanhosa, no nordeste do país. Em novembro, operários também retiraram neve e terra de um dos acessos.
Ao mesmo tempo, a Coreia do Norte leva adiante o que diz ser um programa nuclear civil. No final de novembro, a Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA, um órgão da ONU) disse que a construção de um reator de água-leve está prosseguindo, e que o país praticamente concluiu as obras no exterior do prédio principal.
Seul - Depois de abalar o mundo na quarta-feira ao lançar um foguete de longo alcance, a Coreia do Norte parece se encaminhar agora para realizar seu terceiro teste com armas nucleares.
Foi isso que aconteceu em 2009, quando o recluso e imprevisível regime comunista norte-coreano realizou um teste nuclear em 25 de maio, um mês depois de lançar um foguete.
Para a Coreia do Norte e seu governante absolutista, Kim Jong-un, os custos dos programas de foguetes e armas nucleares - estimados pelo governo sul-coreano em 2,8 a 3,2 bilhões de dólares desde 1998 - e o risco de novas sanções da ONU ou de governos individuais simplesmente não são parte do cálculo.
"A Coreia do Norte vai insistir que qualquer sanção é injusta, e, se as sanções forem endurecidas, a probabilidade de a Coreia do Norte realizar um teste nuclear é alta", disse Baek Seung-joo, do Instituto de Análises de Defesa da Coreia, em Seul.
O Conselho de Segurança da ONU deverá discutir uma resposta ao lançamento do foguete desta semana. Pyongyang disse que a operação se destinava a colocar um satélite em órbita, mas observadores dizem que a mesma tecnologia poderia ser adaptada para lançar uma ogiva nuclear contra o território continental dos EUA.
Sanções da ONU impostas em 2006 e 2009 proíbem a Coreia do Norte de desenvolver tecnologias relacionadas a armas nucleares e mísseis balísticos. Mas nada garante que uma nova resolução do Conselho de Segurança contra a Coreia do Norte terá algum efeito. Até mesmo a China - aliada ideológica de Pyongyang - tem influência limitada sobre o regime.
Para a Coreia do Norte, o objetivo final seria um tratado de paz formal com os EUA, o reconhecimento diplomático e uma ajuda financeira que estimule sua moribunda economia.
"Eles esperam que os EUA finalmente encarem a desagradável realidade e comecem negociações destinadas a desacelerar ou congelar, mas não reverter, seus programas nuclear e de mísseis", disse Andrei Lankov, especialista em Coreia do Norte na Universidade Kookmin, em Seul.
"Se tal acordo for possível, o mero reconhecimento não basta. Os EUA terão de pagar, terão de fornecer uma generosa ‘ajuda' como recompensa pela disposição dos norte-coreanos de desacelerar ou parar por um tempo." Recentes imagens de satélites comerciais mostram que a Coreia do Norte reconstruiu uma velha estrada que leva a um campo de testes nucleares numa região montanhosa, no nordeste do país. Em novembro, operários também retiraram neve e terra de um dos acessos.
Ao mesmo tempo, a Coreia do Norte leva adiante o que diz ser um programa nuclear civil. No final de novembro, a Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA, um órgão da ONU) disse que a construção de um reator de água-leve está prosseguindo, e que o país praticamente concluiu as obras no exterior do prédio principal.