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Paquistão começa a construir cerca em fronteira com o Afeganistão

A cerca faz parte do sistema de gestão da fronteira e será construída em zonas usadas por terroristas para entrar em solo paquistanês

Fronteira: o governo afegão não se manifestou até o momento sobre a decisão do Paquistão (John Moore/Getty Images)
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EFE

Publicado em 27 de março de 2017 às 11h52.

Última atualização em 27 de março de 2017 às 11h54.

Islamabad - O Paquistão começou a construir uma cerca em sua disputada fronteira com o Afeganistão nas zonas tribais do noroeste sob o argumento de evitar a entrada de terroristas, em um momento de tensão entre ambos países, indicou nesta segunda-feira à Agência Efe uma fonte governamental.

"Dados os últimos ataques terroristas e para evitar que os terroristas venham do Afeganistão, o Paquistão começou a cercar sua fronteira nas áreas de Bajour e Mohmand", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores paquistanês, Nafees Zakaria.

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Mohmand e Bajour são duas das sete áreas tribais do noroeste do país asiático, contíguas com o Afeganistão e que escapam ao completo controle do estado, e servem de refúgio a membros da Al Qaeda e facções jihadistas afegãs e paquistaneses.

O porta-voz indicou que a cerca faz parte do sistema de gestão da fronteira e que começaram nestas zonas porque são usadas por terroristas para entrar em solo paquistanês.

Zakaria não precisou quando foi iniciada a construção e nem quantos dos 2,6 mil quilômetros de fronteira serão cercados.

O governo afegão não se manifestou até o momento sobre a decisão do Paquistão.

O Afeganistão não reconhece a fronteira, conhecida como a Linha Durand e criada após um acordo entre os britânicos e Cabul no século XIX.

No ano passado, o levantamento de instalações fronteiriças na passagem Torkham, a principal entre ambos países, por parte do Paquistão ressuscitou a disputa fronteiriça com uma troca de tiros que deixou seis mortos e 31 feridos, e o fechamento temporário da fronteira.

O anúncio acontece menos de uma semana depois da reabertura das principais passagens fronteiriças, fechadas durante um mês após um ataque no qual morreram 88 pessoas no sul do Paquistão.

Então Islamabad repetiu as acusações a Cabul de permitir em seu território grupos insurgentes que atentam em solo paquistanês, algo do qual o Paquistão é constantemente acusado pelo Afeganistão e a Índia.

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