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Papandreou e oposição negociam novo governo e eleições antecipadas na Grécia

Após mais de 24 horas das discussões sobre o nome do novo primeiro-ministro, colaboradores das legendas dizem não estar 'em condições para dar uma resposta mais definida'

Papandreou pretende apresentar a própria renúncia e a de seus ministros ao presidente grego, Karolos Papoulias (David Ramos/Getty Images)

Papandreou pretende apresentar a própria renúncia e a de seus ministros ao presidente grego, Karolos Papoulias (David Ramos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2011 às 18h40.

Atenas - As negociações entre os dois principais partidos da Grécia para formar um governo de união nacional que evite a quebra do estado prosseguem nesta terça-feira sem um acordo entre o ainda primeiro-ministro, Giorgos Papandreou, e o líder da oposição, Antonis Samaras, do partido conservador Nova Democracia.

Fontes oficiais disseram que as negociações, que seguiam bem no início da noite em Atenas, podem se prolongar por horas ainda e até pela madrugada de quarta-feira.

Segundo o canal de televisão estatal "NET", colaboradores das duas legendas indicaram que não estão em condições de dar uma resposta mais definida, após mais de 24 horas das discussões sobre o nome do novo primeiro-ministro, a composição do novo governo, o programa e a data das eleições antecipadas.

Já o ministro da Agricultura do atual Gabinete, Kostas Skandalidis, se limitou a dizer ao canal "NET" que Papandreou está levando adiante as negociações. "Foram cogitados diversos nomes para a chefia desse governo, inclusive o do ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Lucas Papademos (nome mais cotado)".


Uma vez obtido um acordo, o socialista Papandreou pretende apresentar a própria renúncia e a de seus ministros ao presidente grego, Karolos Papoulias, que, de acordo com a Constituição do país, deve convocar um conselho de dirigentes políticos para pedir-lhes o consenso sobre o novo chefe de governo.

Um dos inúmeros jornalistas que passaram horas de plantão na praça entre o Parlamento, o Palácio Presidencial e o Palácio de governo previa um impasse para esta terça-feira, com uma alusão à fumaça branca usada pelo Vaticano para anunciar novos papas. "Não acreditamos que haverá fumaça branca hoje porque todos os funcionários já foram para casa", disse no microblog Twitter.

Os dois principais partidos de esquerda gregos, o comunista KKE e o de Coalizão de Esquerda radical (Syriza), já afirmaram que não pretendem participar do novo governo.

O novo Executivo deverá contar, portanto, com o apoio do partido Laos (extrema-direita) e da Aliança Democrática (direita), conseguindo assim uma grande maioria parlamentar.


O dirigente socialista se despediu nesta terça-feira do Conselho de Ministros com um apelo à unidade de todos os partidos para o resgate do país aprovado pela zona do euro, pedido ignorado pelos conservadores da Nova Democracia.

Papandreou, que negocia com a oposição a nomeação de um novo primeiro-ministro para um governo de transição até a realização de novas eleições, possivelmente em fevereiro de 2012, se dirigiu em termos elogiosos a seus ministros na reunião do Executivo realizada mais cedo.

"Foi uma grande honra ter sido o primeiro-ministro de um governo que funcionou com tanta dedicação e dever nacional", disse Papandreou a sua equipe, segundo um comunicado divulgado por seu Gabinete. "Estou muito orgulhoso do que conseguimos juntos. E conseguimos manter o país de pé".

O líder socialista enfatizou a importância de "que todos os partidos, pelo menos os que participam do novo governo, os dois partidos majoritários, façam um esforço para encontrar soluções comuns".


Papandreou também solicitou a seus ministros que preparem suas cartas de renúncia para acelerar a formação de um novo Executivo.

"É necessário, neste período de ajuste, que fique claro na Grécia e para nossos parceiros que não existe uma opinião diferente entre nós sobre nossas opções", disse o ainda premiê, em referência ao plano de resgate financeiro aprovado pela zona do euro no dia 26 de outubro.

Esse acordo perdoa cerca de 100 bilhões de euros da dívida soberana da Grécia (50% da dívida) e outorga o segundo plano de resgate ao país, avaliado em 130 bilhões de euros de crédito em troca de um compromisso de políticas de cortes de gastos, privatizações e demissões no setor público.

As negociações são realizadas para atender aos pedidos de Bruxelas, que exigiu à Grécia um compromisso por escrito de que o novo governo resultante das negociações cumprirá com essas medidas.

"Temos dignidade nacional. Não permito a ninguém que ponha em dúvida minhas declarações de que a implementação do acordo de 26 de outubro é inevitável para proteger a economia do país e o euro", ressaltou o dirigente conservador Samaras.

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