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Papa pede que políticos parem de trocar insultos e que ouçam mais

Francisco também alertou para os movimentos anti-imigrantes e clamou para que os recém-chegados sejam tratados "como irmãos e irmãs humanos"

Papa Francisco: "perdemos a noção de se construir uma sociedade, de coexistência social, e a coexistência social se sustenta no diálogo" (Tony Gentile/Reuters)
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Reuters

Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 12h58.

Roma - Os políticos deveriam diminuir o volume de seus debates e parar de se insultar, disse o papa Francisco nesta sexta-feira, acrescentando que os líderes deveriam estar abertos ao diálogo com aqueles que veem como inimigos ou correr o risco de semear as sementes da guerra.

"Insultar se tornou normal", disse ele durante um discurso improvisado de 45 minutos a universitários em Roma. "Precisamos diminuir o volume um pouco e precisamos falar menos e ouvir mais."

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Francisco, filho de italianos que imigraram para a Argentina, também alertou para os movimentos anti-imigrantes e clamou para que os recém-chegados sejam tratados "como irmãos e irmãs humanos".

Embora tenha falado a maior parte do tempo de forma gentil sobre a necessidade de mais diálogo na sociedade ao responder perguntas de quatro estudantes no campus Roma Tre, ele destacou os políticos.

"Nos jornais, vemos este insultando aquele, aquele diz isso sobre o outro", afirmou.

"Mas em uma sociedade na qual os padrões da política caíram tanto --estou falando da sociedade mundial-- perdemos a noção de se construir uma sociedade, de coexistência social, e a coexistência social se sustenta no diálogo."

Ele falou sobre "debates políticos na televisão nos quais mesmo antes de um (candidato) terminar de falar, é interrompido".

Francisco não selecionou nenhum país em suas críticas. Os talk shows de política da Itália costumam ser agressivos, e os debates presidenciais do ano passado entre os norte-americanos Donald Trump e Hillary Clinton foram salpicados de insultos.

Em um debate de setembro, por exemplo, Trump chamou Hillary de "mulher repugnante" e ela o acusou de ter "praticado comportamento racista".

O pontífice exortou todos a buscarem "a paciência do diálogo".

Ele acrescentou: "As guerras começam dentro de nossos corações, quando eu não consigo me abrir aos outros, respeitar os outros, falar com os outros, dialogar com os outros, é assim que as guerras começam".

O papa também alertou para os movimentos anti-imigrantes, que vêm crescendo nos Estados Unidos e em uma série de países europeus, inclusive na Itália.

"As migrações não são um perigo. Elas são um desafio para o crescimento", argumentou, acrescentando ser importante integrar imigrantes às nações que os acolhem para que mantenham suas tradições e ao mesmo tempo aprendam outras novas em um processo de enriquecimento mútuo.

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