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Papa Francisco e papa emérito Bento XVI recebem vacina contra covid-19

Pontífice argentino cancelou todas as suas viagens ao exterior desde o início da pandemia em março de 2020

Papa Francisco junto com o papa emérito Bento XVI no Vaticano, dia 28/06/2016 (Osservatore Romano / Reuters/Reuters)
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AFP

Publicado em 13 de janeiro de 2021 às 14h54.

Última atualização em 14 de janeiro de 2021 às 11h28.

O papa Francisco , de 84 anos, e o papa emérito Bento XVI, 93, foram vacinados contra a covid-19 - informou o porta-voz da Santa Sé, em um comunicado divulgado nesta quinta-feira (14).

O pontífice argentino recebeu a primeira dose da vacina na quarta-feira (13), enquanto o papa emérito alemão foi vacinado esta manhã, como parte de uma campanha de vacinação que começou ontem para os funcionários do Vaticano, segundo o site da Santa Sé.

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"Posso confirmar que, no âmbito do programa de vacinação do Estado da Cidade do Vaticano, até o dia de hoje as primeiras doses da vacina contra a covid-19 foram administradas ao papa Francisco e ao papa emérito", anunciou o diretor da assessoria de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

Francisco foi vacinado em um setor do átrio da Sala Paulo VI, especialmente preparado para a aplicação de vacinas.

O Vaticano iniciou na quarta-feira sua campanha de vacinação, que visa a imunizar seus quase 5.000 residentes e funcionários.

Francisco recebeu a primeira dose da vacina dos laboratórios Pfizer e BioNTech e, em três semanas, receberá a segunda.

Nenhuma foto oficial foi distribuída até o momento.

Em entrevista divulgada no último domingo pela televisão italiana, Francisco definiu a vacinação como "uma ação ética, porque você arrisca sua saúde, arrisca sua vida, mas também arrisca a vida de outros".

Em dezembro, o Vaticano também exortou os católicos a se vacinarem, explicando que todas as vacinas desenvolvidas são "moralmente aceitáveis", incluindo as produzidas de células de fetos abortados.

Células-tronco de fetos abortados nas décadas de 1960, 1970 e 1980 - reproduzidas em laboratório por décadas como "linhas celulares" - foram usadas por muitos pesquisadores para desenvolver vacinas anticovid-19, por exemplo dentro dos grupos AstraZeneca, Moderna e Pfizer.

Em vários países do mundo, particularmente na América Latina, mas também na Austrália e no Reino Unido, os bispos debateram o dilema das vacinas "moralmente éticas".

A vacinação de Francisco será um alívio para a comitiva de um papa que não gostar de usar máscara.

Vários prelados, bispos e cardeais contraíram o vírus nos últimos meses, incluindo o cardeal Crescenzio Sepe, arcebispo de Nápoles, que cumpre isolamento após testar positivo para a doença.

Fabrizio Soccorsi, que foi o médico pessoal do papa por cinco anos, morreu no sábado, aos 78 anos, após "complicações da covid-19" quando estava "hospitalizado por uma patologia relacionada a um câncer".

Francisco cancelou todas as suas viagens ao exterior desde o início da pandemia em março de 2020 e questionou a celebração de sua visita ao Iraque, marcada para os próximos 5 a 8 de março.

"Em consciência, não posso provocar aglomerações", comentou no domingo. "Não sei se a próxima viagem ao Iraque acontecerá", afirmou.

No Iraque, porém, os preparativos para a viagem continuam, de acordo com uma fonte do Vaticano.

Há dez meses, durante sua primeira oração dominical do Angelus recitada da biblioteca do Palácio Apostólico diante de uma câmera, e não de sua janela com vista para a Praça de São Pedro, o papa falou da estranheza de se encontrar "em uma gaiola".

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