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País mais vacinado, Israel luta contra mutações do coronavírus

Depois de inocular 82% dos cidadãos acima de 60 anos, impor um confinamento amplo durante quase um mês e fechar o aeroporto nacional esta semana, Israel sinaliza que a luz no fim do túnel pode estar longe

Israel: país está preocupado com novas cepas do vírus (AMIR COHEN/AFP)

Tamires Vitorio

Publicado em 30 de janeiro de 2021 às 13h28.

Com mais de 30% da população vacinada, Israel lidera a luta contra a covid-19 . Ainda assim, o surgimento de mutações mais contagiosas do vírus está sobrecarregando hospitais e mostrando o longo caminho que o resto do mundo terá de enfrentar.

Depois de inocular 82% dos cidadãos acima de 60 anos, impor um confinamento amplo durante quase um mês e fechar o aeroporto nacional esta semana, Israel sinaliza que a luz no fim do túnel pode estar longe. A situação diminui a esperança em um rápido processo de recuperação global motivado pela imunização em massa. Em Davos, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que Israel ajudaria a mostrar ao mundo a rapidez da reabertura econômica proporcionada pela vacinação.

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“Vemos uma onda de infecções que não diminui, aparentemente por causa da mutação”, disse o Ministro da Saúde, Yuli Edelstein, durante entrevista coletiva na quinta-feira.

Enquanto a União Europeia pena para conseguir quantidades adequadas de vacinas e os EUA tentam imunizar mais gente, a situação israelense evidencia a dificuldade de lutar contra um vírus cuja rápida capacidade de mutação o mantém um passo à frente dos esforços para contê-lo.

Os cidadãos de Israel que haviam sido vacinados representam 2% ou menos dos pacientes hospitalizados, disse a responsável pela Saúde Pública, Sharon Alroy-Preis, acrescentando que “eles estavam definitivamente mais protegidos”. Ainda assim, o número de pessoas que completaram o ciclo de imunização é pequeno demais para permitir conclusões sobre a eficácia da vacina, disse Ran Balicer, chefe da Equipe Nacional de Especialistas em Covid-19, ao canal de televisão Ynet.

A chamada variante britânica, 50% mais infecciosa e possivelmente mais virulenta do que a original, é responsável pela impossibilidade de conter a propagação da Covid-19 até o momento por meio da campanha de vacinação e do confinamento, afirmaram representantes do Ministério da Saúde de Israel.

Embora se acredite que a vacina funcione contra a variante britânica, o perfil mais contagioso da mutação implica mais infecções e, portanto, mais hospitalizações. O principal objetivo do Ministério da Saúde agora é reduzir o número de doentes graves que lotam os hospitais e exigem demais das equipes médicas.

A taxa de infecções em Israel caiu de 10,2% no início do mês para pouco mais de 9% e o número de pacientes graves ou em estado crítico se estabilizou em cerca de 1.100. Mas o número de pacientes intubados bateu recorde, segundo o comissário do governo para o coronavírus, Nachman Ash. Mais de 4.600 pessoas morreram de Covid em Israel e mais de 7.600 testam positivo para o vírus diariamente.

Balicer afirma que provavelmente vai demorar mais 10 dias para o país ver queda nos casos críticos, permitindo que a economia comece a voltar ao normal.

A meta de Netanyahu é vacinar todos os israelenses acima de 16 anos até o final de março.

“Quanto mais rápido vacinarmos e quanto mais rápido a população procurar as vacinas, mais rápido poderemos controlar a propagação”, disse Hezi Levi, diretor do Ministério da Saúde.

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