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Pacto com Mercosul arruinaria setor bovino da UE, dizem produtores

Segundo estudo, possível acordo poderia causar perdas de até € 25 bilhões para a pecuária européia

O Mercosul quer aumentar o acesso ao mercado bovino europeu (Manoel Marques/Veja)

O Mercosul quer aumentar o acesso ao mercado bovino europeu (Manoel Marques/Veja)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2011 às 12h55.

Bruxelas - O comitê de organizações agrárias e cooperativas europeias (Copa-Cogeca) declarou nesta sexta-feira que um acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) provocaria o "colapso" total do setor bovino europeu.

O Copa-Cogeca divulgou um estudo, feito em vários países europeus, que indica que a liberalização das importações do bloco latino-americano causaria "perdas de 25 bilhões de euros" para os produtores de carne bovina da UE.

O relatório foi publicado duas semanas antes da reunião entre representantes europeus e do Mercosul em Bruxelas, quando darão prosseguimento às negociações com o objetivo de chegar a um acordo de associação.

Nestas discussões, o Mercosul, que conta com países líderes em produção de gado, reivindica concessões para aumentar o acesso de produtos agrícolas ao mercado europeu.

O estudo do Copa-Cogeca examinou as importações e os preços de entrada da carne do Brasil em mercados de três países: Reino Unido, Alemanha e Itália.

O comitê acrescentou que um acordo comercial aumentaria também "a volatilidade dos preços e provocaria um grande aumento das importações europeias de carne de porco, de aves e de milho" procedentes do Mercosul.

Além disso, o Copa-Cogeca assinalou que o bloco latino-americano produz os mesmos bens agrícolas que os países europeus e que, na atualidade, 90% das importações de carne da UE procedem do Mercosul.

"Uma liberalização ainda maior do comércio com o Mercosul aumentará nossa dependência das importações. Além disso, as condições meteorológicas e as decisões políticas desses países" colocarão em jogo a segurança do abastecimento alimentício da UE.

O Copa-Cogeca acrescentou que um acordo duplicaria o nível das emissões de dióxido de carbono, o que "vai contra" o compromisso assumido pela UE de reduzir suas emissões de gases do efeito estufa.

Os agricultores europeus também mostraram preocupação com as condições sanitárias da produção bovina no bloco latino-americano, sobretudo pelo uso de hormônios.

"A Copa-Cogeca se opõe rigorosamente a qualquer nova concessão a países não comunitários", concluiu o comunicado.

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