Os paraísos dos ciclistas ao redor do mundo
Conheça as dez melhores cidades do planeta para andar de bicicleta, sem medo de ser feliz; ranking leva em conta a atenção que as magrelas recebem nas políticas públicas de mobilidade urbana e sua participação nos deslocamentos diários da população
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 17h37.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h29.
Elas têm consumo zero de combustível, são econômicas, não poluem, garantem saúde e bem estar psicológico para seus adeptos e, se bem cuidadas, podem durar até 20 anos. Mesmo assim, a bicicleta - o veículo mais sustentável do planeta - ainda não recebe atenção à altura de seus benefícios na maioria dos países. As exceções, no entanto, são um retrato inspirador de como as magrelas podem melhorar a mobilidade urbana . A seguir, você vai conhecer as 10 melhores cidades do mundo para se pedalar, segundo ranking da Copenhagenize, empresa de planejamento e marketing especializada em assuntos relacionados ao transporte sobre duas rodas. A análise levou em conta 13 critérios, como infraestrutura ( existência de ciclovias, sinalização, estacionamentos, etc.), amparo legal (permissão para carregar as magrelas no metrô e em ônibus, além de fiscalização), programas de aluguel, sensação de segurança por parte dos ciclistas em relação aos demais modais de transporte, entre outros fatores que tornam uma cidade bike friendly.
As magrelas são parte da identidade da capital holandesa, respondendo por metade (isso mesmo, metade!) das locomoções diárias da população. Só isso já valeria o primeiro lugar do ranking. Mas Amsterdã vai além: suas ruas são todas adaptadas para o tráfego sobre duas rodas, com ciclovias, corredores compartilhados, postos de aluguel e de guarda e até sinais especiais. A infraestrutura impecável é resultado de um trabalho sistemático, iniciado no final da década de 70. O lugar onde mais se pedala no mundo é descrito como de atmosfera descontraída, agradável e, principalmente, segura. “Este é o único lugar no planeta onde o fator medo associado ao ciclismo é inexistente”, diz um trecho da avaliação.
A bicicleta é o principal meio de transporte de 40% da população da capital dinamarquesa. Em Copenhagen, pedala-se para ir à escola, ao trabalho, à padaria perto de casa e até mesmo para sair à noite e tomar alguns drinks. Se o ciclista exagerar na dose, pode pegar um táxi na volta pra casa, sem se preocupar com a magrela, já que todos os táxis da cidade são equipados com engates na traseira que suportam até duas bikes. A cidade também foi a primeira no mundo a promover o empréstimo público de bicicletas, um modelo que depois se espalhou por vários países. Outra curiosidade, Copenhagen possui até um bairro ecológico totalmente livre de carros, Christiania. Segundo o estudo, o desafio agora é expandir as iniciativas e não estagnar.
As bicicletas em Tóquio são como carros em São Paulo, para onde quer que você vá ou olhe, lá estão elas. Na capital japonesa, as magrelas são facilemente avistas nas ruas, no metrô e até mesmo nas calçadas, alí, pertinho dos pedestres (o que não é nada legal). Mas quem estaciona em lugar proibido, não tem moleza, leva multa e ainda pode ter a magrela rebocada. Uma curiosidade: a cidade conta com um estacionamento subterrâneo high tech em uma de suas estações de metrô. Por um elevador especial, em apenas 30 segundos, a bike é guardada no subsolo, que tem capacidade para mais de 9 mil unidades.
A maior cidade da Alemanhã é a quinta melhor do mundo para andar de bicicleta . A primeira vantagem está na topografia, Berlim é plana. Para os adeptos das magrelas, isso se traduz em menos suor, já que não tem ruas íngremes para subir. Outra vantagem é a política de incentivo para esse meio de transporte sustentável. As autoridades locais lançaram recentemente um programa para resolver um problema comum por lá, a falta de estacionamentos para magrelas no centro da cidade. Por um preço amigo, os cilistas poderão alugar uma vaga, a partir de 2012, em galpões abandonados da região, que serão convertidos pela prefeitura em estacionamento exclusivo de bicicletas.
A sexta melhor cidade do mundo para se pedalar é a capital da Bavária, Munique, no Sul da Alemanha. São 1,2 mil quilômetros de pistas exclusivas para os amantes das magrelas. O bom convívio entre pedestres, ciclistas e automóveis é garantida per leis severas e fiscalização rigorosa. O ciclista que comete infração tem que pagar multa. Já que não dá para anotar a placa do veículo, os guardas de trânsito conferem no RG da pessoa o endereço para onde a multa será enviada.
Foi o programa público de aluguel de bikes de Paris, o Vélib, implementado em 2007, que inspirou cidades como Nova York e Londres a abraçarem as magrelas como parte de seus programas de desenvolvimento urbano sustentável. O serviço na capital francesa completou quatro anos em julho, com números de impressionar. Contabilizando mais de 100 milhões de viagens de bike, o Vélib conta com 1,8 mil estações, mais de 20 mil bicicletas de aluguel e cerca de 180 mil inscritos no programa.
Em Montreal, bicicleta é coisa séria. A cidade canadense foi a primeira da América do Norte a adotar um sistema público de aluguel de bike - o BIXI (junção das palavras bicicleta e táxi), em 2009. Hoje, o programa conta com 5 mil magrelas de aluguel distribuídas por 400 estações. Como a proposta é estimular o uso das magrelas nos deslocamentos diários da população, o serviço permite retiradas gratuitas para viagens de até 45 minutos.
Em o nono lugar do ranking, aparece Dublin, na Irlanda, que tem um dos programas públicos de aluguel de bicicletas mais bem sucedidos na Europa, o Dublinbikes. Criado em 2010, o sistema já registrou mais de 2 milhões de alugueis e 58 mil inscritos. Atualmente, o sistema de compartilhamento conta com 550 bicicletas distribuídas por 44 estações. O plano de expansão prevê um total de 5.000 bicicletas e 300 estações. Como as demais cidades entre as top 10 do ranking, Dublin também dispõe de boa quantidade de ciclofaixas, ciclovias, e bicicletários. Pelo menos 10% da população usa a bicicleta como principal meio de transporte nos deslocamentos diários.
Embora não possua uma infraestrutura cicloviária abrangente, Budapeste sente a intensificação do uso das magrelas no dia a dia – pelo menos 5% da população vai de bike para o trabalho e outros destinos locais. Segundo o Copenhagenize, a cidade tem uma proposta clara de incentivo ao uso das bikes como meio de transporte sustentável e capaz de reduzir o tráfego de carros.