Mundo

Os caminhos da guerra: os confrontos recentes que escalaram para o maior ataque do Hamas a Israel

Pequenos conflitos, tanto na Faixa de Gaza, dominada pelo Hamas, quanto na Cisjordânia, opuseram israelenses e palestinos

Mais de 5.000 foguetes foram disparados em direção ao território do país comandado por Benjamin Netanyahu (MAHMUD HAMS/AFP)

Mais de 5.000 foguetes foram disparados em direção ao território do país comandado por Benjamin Netanyahu (MAHMUD HAMS/AFP)

Publicado em 8 de outubro de 2023 às 14h10.

Última atualização em 8 de outubro de 2023 às 14h42.

O ataque dos militantes do Hamas a Israel pegou o país de surpresa. Foi o maior entre os diversos embates entre palestinos e israelenses registrados ao longo das últimas décadas

Mais de 5.000 foguetes foram disparados em direção ao território do país comandado por Benjamin Netanyahu. Enquanto choviam explosivos, militantes armados do Hamas penetraram as fronteiras por terra e mar, atacando e sequestrando israelenses. Segundo as últimas notícias, o Hamas tem mais de 50 pessoas como reféns.  

A operação, sem precedentes na história, é também uma forma de o grupo relembrar uma efeméride, os 50 anos da guerra de Yom Kippur, em 1953. Na ocasião, países como Egito e Síria formaram uma coalizão árabe para tentar reaver territórios perdidos na Guerra dos Seis Dias, em 1967, como o Sinai, do Egito, e as Colinas do Golã, da Síria.

Em uma Israel tão poderosa belicamente e com tamanho aparato tecnológico e de segurança, chamou a atenção da comunidade internacional como o Hamas pode produzir um ato dessa magnitude, às margens da inteligência israelense. A data dos 50 anos, simbólica em si, poderia ter sido um instrumento de alerta para as forças de segurança.  

Além disso, os últimos meses não foram calmos. Pequenos conflitos, tanto na Faixa de Gaza, dominada pelo Hamas, quanto na Cisjordânia, sob domínio do Al-Fatah e da Autoridade Palestina, os conflitos foram uma constante e opuseram os dois povos. Registros compilados pelo NYT mostram a dinâmica dessa  relação.

Acompanhe abaixo:

Abril:
Uma operação policial israelense no complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, provocou disparos de foguetes palestinos da Faixa de Gaza. Na ocasião, chamou a atenção que também foram feitos disparos de foguetes vindos do Líbano, o que não é comum. A resposta do exército israelense veio com ataques aéreos no sul do Líbano e contra alvos em Gaza pertencentes ao Hamas. Aos poucos, o confronto arrefeceu.

Maio:
no mês seguinte, o confronto foi entre Israel e o grupo militante Jihad Islâmica, de origem egípcia e apoiado pelo Irã.  Após a morte de Khader Adnan, um militante palestino em greve de fome em uma prisão israelense, a Jihad Islâmica lançou uma série de foguetes contra o território israelense. O contra-ataque de Israel veio pelo ar e matou três líderes da Jihad, recrudescendo a disputa entre os lados. O Hamas não participou do confronto, encerrado por um cessar-fogo mediado pelo Egito e pelas Nações Unidas.

Julho:
os ânimos voltaram a se acirrar com uma ação do exército de Israel na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, com uma operação de larga escala com o argumento de procurar por militantes palestinos. Com intensos ataques aéreos e centenas de tropas terrestres, a ofensiva acabou com, pelo menos, 12 palestinos e um soldado israelense mortos. Milhares de pessoas e abandonaram as suas casas

Setembro:
no último mês, aconteceu mais uma série incomum de confrontos, às vezes violentos, perto da cerca entre Gaza e o território israelense. Segundo o exército israelense, os palestinos lançaram dispositivos explosivos e abriram fogo contra soldados israelenses. Pelo menos um palestino foi morto nos confrontos e dezenas ficaram feridos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

Acompanhe tudo sobre:IsraelPalestina

Mais de Mundo

Chefe da inteligência americana alerta para o aumento das ameaças às eleições de 2024

Vladimir Putin chega à China para visita de dois dias

Após 4 mortes na Nova Caledônia, França proíbe Tik Tok e aciona militares

Drones da Austrália e EUA podem ser o futuro da defesa marinha

Mais na Exame