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Organizações humanitárias lançam grito de alerta no Mali

"O Mali está em guerra e a situação humanitária beira a catástrofe", assegurou o responsável da Oxfam na capital malinesa, Marietou Djaby

Soldados do Mali: capital vive há quase duas semanas ao ritmo dos contínuos ir e vir das ambulâncias e das sirenes de veículos militares que escoltam os diplomatas (Joe Penney/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2013 às 19h35.

Bamaco - As organizações não-governamentais malinesas e internacionais lançaram um grito de alerta nesta quinta-feira no Mali , onde mais de meio milhão de pessoas se viram forçadas a abandonar seus lares fugindo do conflito armado que explodiu há um ano e que se intensificou no início da semana passada.

Somente nos últimos dias, 30 mil pessoas chegaram à capital Bamaco, informou à Agência Efe o responsável da Oxfam na capital malinesa, Marietou Djaby.

"O Mali está em guerra e a situação humanitária beira a catástrofe", assegurou Djaby, antes de ressaltar que a mendicidade em Mopti, Segú e Bamaco também aumentou consideravelmente.

A capital vive há quase duas semanas ao ritmo dos contínuos ir e vir das ambulâncias e das sirenes de veículos militares que escoltam os diplomatas, imersos em uma frenética atividade.

No último dia 7 de janeiro, os grupos armados salafistas que controlam o norte do país desde junho lançaram uma ofensiva contra a cidade de Kona, situada na província de Mopti, no centro-leste do país, após romper unilateralmente um compromisso de cessação de hostilidades que tinham assumido com o Governo central.


Incapaz de conter o ataque, o Exército malinês solicitou ajuda à França que na sexta-feira passada enviou seus primeiros aviões de combate para bombardear posições rebeldes e que agora já conta com mil soldados que combatem no terreno junto aos militares malineses.

Oumou Traoré, presidente de uma coordenadora malinesa que agrupa 50 ONGs que se ocupam da situação da mulher no país, pediu que se preste maior atenção "às pessoas que estão sofrendo os estragos dos combates, especialmente mulheres e crianças".

"É terrível escutar os relatos de mulheres violentadas, de seus filhos doentes. Famílias que perderam tudo", relatou à Efe.

Traoré insistiu que não só é preciso olhar o que ocorre agora, mas também "avaliar as seqüelas" em médio e longo prazo.

Em um dos campos de refugiados erguidos pelas autoridades em Bamaco e nos quais trabalham as ONGs coordenadas por Traoré, Al Muyer Yatara, professor da cidade de Kona, se queixa de sua situação.

"Fomos expulsos do norte e aqui, no sul, nos fazem chorar, sem casa, sem futuro", lamenta Yatara que fugiu dos combates com sua mulher, seus filhos e seus pais.

Segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM), do total de pessoas que abandonaram seus lares, 228.918 são deslocados internos.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) registrou 144.500, mas há muitos que não estão contabilizados.

Deles, 54.100 estão na Mauritânia, 50 mil no Níger, 38 mil em Burkina Fasso, 1.500 na Argélia, e pequenos grupos na Guiné e no Togo.

Além do conflito, o Mali sofre uma severa seca e muitos habitantes sofrem com a fome.

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Bamaco - As organizações não-governamentais malinesas e internacionais lançaram um grito de alerta nesta quinta-feira no Mali , onde mais de meio milhão de pessoas se viram forçadas a abandonar seus lares fugindo do conflito armado que explodiu há um ano e que se intensificou no início da semana passada.

Somente nos últimos dias, 30 mil pessoas chegaram à capital Bamaco, informou à Agência Efe o responsável da Oxfam na capital malinesa, Marietou Djaby.

"O Mali está em guerra e a situação humanitária beira a catástrofe", assegurou Djaby, antes de ressaltar que a mendicidade em Mopti, Segú e Bamaco também aumentou consideravelmente.

A capital vive há quase duas semanas ao ritmo dos contínuos ir e vir das ambulâncias e das sirenes de veículos militares que escoltam os diplomatas, imersos em uma frenética atividade.

No último dia 7 de janeiro, os grupos armados salafistas que controlam o norte do país desde junho lançaram uma ofensiva contra a cidade de Kona, situada na província de Mopti, no centro-leste do país, após romper unilateralmente um compromisso de cessação de hostilidades que tinham assumido com o Governo central.


Incapaz de conter o ataque, o Exército malinês solicitou ajuda à França que na sexta-feira passada enviou seus primeiros aviões de combate para bombardear posições rebeldes e que agora já conta com mil soldados que combatem no terreno junto aos militares malineses.

Oumou Traoré, presidente de uma coordenadora malinesa que agrupa 50 ONGs que se ocupam da situação da mulher no país, pediu que se preste maior atenção "às pessoas que estão sofrendo os estragos dos combates, especialmente mulheres e crianças".

"É terrível escutar os relatos de mulheres violentadas, de seus filhos doentes. Famílias que perderam tudo", relatou à Efe.

Traoré insistiu que não só é preciso olhar o que ocorre agora, mas também "avaliar as seqüelas" em médio e longo prazo.

Em um dos campos de refugiados erguidos pelas autoridades em Bamaco e nos quais trabalham as ONGs coordenadas por Traoré, Al Muyer Yatara, professor da cidade de Kona, se queixa de sua situação.

"Fomos expulsos do norte e aqui, no sul, nos fazem chorar, sem casa, sem futuro", lamenta Yatara que fugiu dos combates com sua mulher, seus filhos e seus pais.

Segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM), do total de pessoas que abandonaram seus lares, 228.918 são deslocados internos.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) registrou 144.500, mas há muitos que não estão contabilizados.

Deles, 54.100 estão na Mauritânia, 50 mil no Níger, 38 mil em Burkina Fasso, 1.500 na Argélia, e pequenos grupos na Guiné e no Togo.

Além do conflito, o Mali sofre uma severa seca e muitos habitantes sofrem com a fome.

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