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Opositora venezuelana María Corina Machado diz estar na 'clandestinidade'

Líder antichavista publicou artigo de opinião no Wall Streed Journal para falar da sua situação no país

A líder antichavista da Venezuela María Corina Machado fala durante entrevista à EFE, esta quinta-feira em Caracas (Venezuela). Machado disse à EFE que, face ao crescimento do apoio ao candidato Edmundo González Urrutia, o Governo de Nicolás Maduro apela à “força bruta” já que “a vitória da oposição é inevitável” (Miguel Gutiérrez/EFE)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 2 de agosto de 2024 às 07h02.

A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, declarou estar na "clandestinidade", temendo por sua "vida" e sua "liberdade", em um artigo de opinião publicado no Wall Street Journal, depois que o presidente Nicolás Maduro pediu prisão para ela e o candidato opositor, Edmundo González Urrutia.

"Estou escrevendo isto da clandestinidade, temendo por minha vida, por minha liberdade", escreveu Machado no artigo, publicado nesta quinta-feira, 1º, no jornal americano, no qual pediu o cessar "imediato" da repressão aos protestos contra a reeleição de Maduro, a qual denuncia como fraudulenta.

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Uma fonte da oposição confirmou à AFP que a dirigente está resguardada e que discursará à nação nas próximas horas.

"As forças de segurança do Estado mataram pelo menos 20 venezuelanos, detiveram mais de 1.000 e causaram onze desaparecimentos forçados nas manifestações. A maior parte da nossa equipe está escondida", acrescentou. "Poderia ser capturada enquanto escrevo estas palavras".

Organizações de defesa dos direitos humanos estimam que a repressão aos protestos tenha deixado onze mortos. Também reportam 711 detidos.

Maduro acusou Machado e González Urrutia de serem os responsáveis pelos atos violentos. "Vocês têm as mãos manchadas de sangue", disse na quarta-feira o presidente, que reivindica a reeleição. "Devem estar atrás das grades", acrescentou.

"Nós, venezuelanos, cumprimos com o nosso dever. Votamos para tirar o senhor Maduro do poder. Agora, cabe à comunidade internacional decidir se tolera ou não um governo provavelmente ilegítimo", escreveu a opositora.

"A repressão deve cessar imediatamente para obter um acordo urgente que facilite a transição para a democracia. Chamo todo aquele que rejeita o autoritarismo e apoia a democracia a se unir ao povo venezuelano nesta nobre causa. Não vamos descansar até sermos livres", acrescentou.

Protestos contra reeleição de Maduro

Após as eleições de domingo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro reeleito para um terceiro mandato de seis anoscom 51% dos votos frente a 44% para González Urrutia. A oposição afirma ter cópias de mais de 80% das atas e que seu candidato teve 67% dos votos.

A última vez que Machado foi vista em público estava com González Urrutia em uma manifestação da oposição ao meio-dia de terça-feira em Caracas.

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