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Opositor afirma que quer libertar Rússia dos "amigos de Putin"

O líder opositor prometeu liberalizar as leis eleitorais para que "todo mundo possa apresentar suas candidaturas" e impulsionar a liberdade de imprensa

Alexei Navalny: ele anunciou sua intenção de candidatar-se às eleições do próximo ano apesar de a lei russa proibi-lo (Grigory Dukor/Reuters)
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EFE

Publicado em 20 de julho de 2017 às 16h46.

Moscou - O líder opositor Alexei Navalny assegurou nesta quinta-feira que, se for eleito presidente da Rússia , empreenderá uma série de reformas judiciais e administrativas que libertarão o país dos "amigos" do atual governante russo, Vladimir Putin.

"Libertarei o país dos amigos de Putin, que são os oligarcas que sugam todos os recursos do país. E todo esse dinheiro será libertado para enriquecer à Rússia", disse Navalny em um debate com Igor Strelkov, ex-oficial dos serviços secretos russos que comandou os rebeldes do leste da Ucrânia até agosto de 2014.

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Navalny, que anunciou sua intenção de candidatar-se às eleições presidenciais do próximo ano apesar de a lei russa proibi-lo por seus antecedentes penais, explicou as principais medidas que tomaria para erradicar a corrupção na Rússia.

"Reformarei o sistema de contratação pública, através do qual vão para as mãos dos oligarcas os imensos recursos do país. Reformarei o sistema judicial para torná-lo independente, o que permitirá julgar os corruptos", detalhou o politico opositor.

O líder opositor também prometeu liberalizar as leis eleitorais para que "todo mundo possa apresentar suas candidaturas" e impulsionar a liberdade de imprensa.

Strelkov - que se declarou como "partidário da monarquia absoluta" e do restabelecimento do Estado nas fronteiras da antiga União Soviética - acusou Navalny de defender os interesses do Ocidente e lhe perguntou como será sua política exterior caso vença as eleições.

"Todos os países do Ocidente perseguem os seus interesses, enquanto a elite do nosso país defende os seus próprios. E, se algum dia se virem na obrigação de fugir da Rússia, irão precisamente para o Ocidente, onde estudam os seus filhos e onde guardam o seu dinheiro", respondeu Navalny.

Por sua parte, o líder opositor perguntou a Strelkov - que dirigiu as milícias separatistas do leste da Ucrânia durante os combates mais duros do conflito ucraniano, entre maio e agosto de 2014 - sobre a procedência do financiamento aos rebeldes pró-Rússia e do armamento com o qual lutam contra o governo de Kiev.

"As armas eu peguei na Crimeia, da mesma forma que o pouco dinheiro que pudemos coletar. Do resto não posso falar, porque sou oficial, ainda que aposentado, e responder a essa pergunta me deixaria sem a minha honra de oficial", respondeu Strelkov.

Navalny mantém comitês eleitorais nas principais cidades da Rússia apesar de não poder sequer apresentar sua candidatura às eleições.

A Comissão Eleitoral Central da Rússia deixou claro que o opositor não poderá candidatar-se às eleições após ser condenado em dezembro do ano passado a cinco anos de prisão por fraude, uma sentença que lhe desabilita como candidato.

Segundo todos os analistas, Navalny é o único dirigente opositor com capital eleitoral, que demonstrou em 2012 nas eleições à prefeitura de Moscou, nas quais, apesar das denúncias de fraude, oficialmente atingiu um histórico resultado de 27,5% dos votos.

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