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ONU pede investigação de crimes em conflito do Iêmen

O relatório do Escritório da ONU para os Direitos Humanos questiona a credibilidade das indagações efetuadas por comissão nacional criada pelo governo iemenita

Conflitos: "A perpetuação do conflito e suas consequências na população do Iêmen são devastadoras" (Khaled Abdullah
 / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2016 às 09h30.

Genebra - A ONU pediu nesta quinta-feira uma investigação internacional, completa e independente de uma série de crimes documentados no conflito do Iêmen , após publicar um relatório no qual atribui às duas partes em conflito violações do direito internacional, como ataques indiscriminados à população.

O relatório do Escritório da ONU para os Direitos Humanos questiona a credibilidade das indagações efetuadas por uma comissão nacional criada pelo governo iemenita, já que "não contou com a cooperação de todas as partes envolvidas e não pôde operar em todas as partes" desse país.

O responsável para o Oriente Médio dessa entidade, Mohamad Ali Alnsour, acrescentou que essa comissão governamental iemenita informou majoritariamente sobre os crimes cometidos pelos rebeldes houthis e deixou de lado os atribuídos às forças que apoiam o governo no exílio.

O principal apoio ao exilado presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi é a Arábia Saudita, onde vive, e que lidera uma coalizão militar árabe que entrou no conflito em março de 2015.

A partir de então, foi registrada uma grave intensificação do conflito e o aumento de vítimas entre a população civil, que se atribui em grande parte aos bombardeios aéreos da coalizão contra os houthis.

Segundo o relatório da ONU, desde então morreram no conflito 3.799 civis e 6.711 ficaram feridos. Estes números excluem as baixas entre os combatentes.

"A perpetuação do conflito e suas consequências na população do Iêmen são devastadoras. A comunidade internacional tem a obrigação legal e moral de fazer algo para aliviar este sofrimento", afirmou a ONU em declaração que acompanha o relatório.

Em seu compêndio dos atos com os quais se violou o direito internacional, a ONU enumera ataques a áreas residenciais, mercados, instalações médicas, colégios, assim como a outras infraestruturas públicas e privadas.

Além disso, denuncia o uso indiscriminado de armamento proibido pelas normas internacionais, como minas terrestres e bombas de fragmentação.

Em vários casos, os investigadores da ONU não puderam identificar a presença de possíveis alvos militares em lugares onde houve bombardeios.

Outras violações consistiram na intervenção de franco-atiradores, detenções arbitrárias, assassinatos seletivos, recrutamento forçado de crianças, assim como na expulsão e deslocamento de populações.

Pelo menos três milhões de pessoas no Iêmen - um dos países mais pobres do mundo - foram forçadas a deixar seus lares.

A magnitude da tragédia humana se reflete também em que 7,6 milhões de pessoas - entre elas três milhões de crianças - sofre de desnutrição.

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Genebra - A ONU pediu nesta quinta-feira uma investigação internacional, completa e independente de uma série de crimes documentados no conflito do Iêmen , após publicar um relatório no qual atribui às duas partes em conflito violações do direito internacional, como ataques indiscriminados à população.

O relatório do Escritório da ONU para os Direitos Humanos questiona a credibilidade das indagações efetuadas por uma comissão nacional criada pelo governo iemenita, já que "não contou com a cooperação de todas as partes envolvidas e não pôde operar em todas as partes" desse país.

O responsável para o Oriente Médio dessa entidade, Mohamad Ali Alnsour, acrescentou que essa comissão governamental iemenita informou majoritariamente sobre os crimes cometidos pelos rebeldes houthis e deixou de lado os atribuídos às forças que apoiam o governo no exílio.

O principal apoio ao exilado presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi é a Arábia Saudita, onde vive, e que lidera uma coalizão militar árabe que entrou no conflito em março de 2015.

A partir de então, foi registrada uma grave intensificação do conflito e o aumento de vítimas entre a população civil, que se atribui em grande parte aos bombardeios aéreos da coalizão contra os houthis.

Segundo o relatório da ONU, desde então morreram no conflito 3.799 civis e 6.711 ficaram feridos. Estes números excluem as baixas entre os combatentes.

"A perpetuação do conflito e suas consequências na população do Iêmen são devastadoras. A comunidade internacional tem a obrigação legal e moral de fazer algo para aliviar este sofrimento", afirmou a ONU em declaração que acompanha o relatório.

Em seu compêndio dos atos com os quais se violou o direito internacional, a ONU enumera ataques a áreas residenciais, mercados, instalações médicas, colégios, assim como a outras infraestruturas públicas e privadas.

Além disso, denuncia o uso indiscriminado de armamento proibido pelas normas internacionais, como minas terrestres e bombas de fragmentação.

Em vários casos, os investigadores da ONU não puderam identificar a presença de possíveis alvos militares em lugares onde houve bombardeios.

Outras violações consistiram na intervenção de franco-atiradores, detenções arbitrárias, assassinatos seletivos, recrutamento forçado de crianças, assim como na expulsão e deslocamento de populações.

Pelo menos três milhões de pessoas no Iêmen - um dos países mais pobres do mundo - foram forçadas a deixar seus lares.

A magnitude da tragédia humana se reflete também em que 7,6 milhões de pessoas - entre elas três milhões de crianças - sofre de desnutrição.

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