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ONU estuda reconfiguração de missão no Haiti

Presidente haitiano, Michel Martelly, reiterou durante viagem à Europa que desejava ver a missão de estabilização transformada em "missão de desenvolvimento"

Haitiano com foto do ex-presidente Aristide: prometendo apoio logístico da missão da ONU ao país, enviada especial Sandra Honoré insistiu na necessidade de eleições (AFP)

Haitiano com foto do ex-presidente Aristide: prometendo apoio logístico da missão da ONU ao país, enviada especial Sandra Honoré insistiu na necessidade de eleições (AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 18h30.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deve apresentar nos próximos dias propostas para uma "reconfiguração" da missão das Nações Unidas no Haiti, segundo a enviada especial Sandra Honoré.

"Ban Ki-moon se comprometeu a apresentar em março, em seu próximo relatório ao Conselho de Segurança da ONU, as opções para uma possível reconfiguração da missão (Minustah)", declarou Honoré em uma entrevista concedida à AFP.

O presidente haitiano, Michel Martelly, reiterou durante uma recente viagem à Europa que desejava ver a missão de estabilização - presente no país mais pobre do continente americano desde 2004 - transformada em uma "missão de desenvolvimento".

"Esse é um desejo que foi manifestado pelo presidente do Haiti às Nações Unidas, mas eu não posso dizer exatamente quando o Haiti não precisará mais da missão de estabilização", indicou a diplomata, de Trinidade e Tobago.

"As opções que o secretário-geral apresentará ao Conselho de Segurança não são para efeitos imediatos", acrescentou, indicando que a ONU continuará a trabalhar para reforçar a segurança e a estabilidade no Haiti.

Inicialmente com cerca de 7.000 militares, a Minustah conta hoje com 5.824 capacetes azuis e 2.425 policiais, seu contingente mais baixo em dez anos de presença neste país caribenho devastado por ondas de violência esporádicas e uma instabilidade crônica.

Prometendo apoio logístico da missão da ONU ao país, a enviada especial insistiu na necessidade de eleições: "A realização de eleições foi adiada por muito tempo. Nós pedimos os atores para que façam o necessário para que eleições livres, transparentes e abertas sejam organizadas ainda em 2014".

Ainda no plano político, Honoré elogiou o diálogo iniciado entre as forças políticas do país mediado pelo cardeal Chibly Langlois, considerando "uma mudança na prática política".

"Acredito que há uma vontade manifesta de um grande número de participantes do diálogo de continuar este processo".

O êxito deste processo depende, no entanto, da assinatura de um acordo entre o presidente Michel Martelly, alguns partidos políticos e o Parlamento para a organização eleições legislativas e locais em 2014. O processo eleitoral vem sendo adiado há dois anos.

E, reconhecendo os progressos relacionados aos direitos Humanos, Sandra Honoré considerou que ainda há muito a ser feito. A recente criação por parte do governo de uma comissão para direitos humanos "é positiva, mas as questões da detenção prolongada e da superlotação carcerária continuam críticas", declarou.

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