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Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2015 às 17h41.
Karachi - Uma forte onda de calor na província de Sindh, no sul do Paquistão, deixou pelo menos 622 mortos, disseram autoridades nesta terça-feira. Os necrotérios estavam superlotados, enquanto os hospitais tentavam impedir que o número de vítimas aumente.
A maioria das mortes ocorreu em Karachi, maior cidade e polo comercial do país. Essa cidade portuária no Mar Arábico teve pelo menos 600 mortes. No fim de semana, as temperaturas atingiram 45º Celsius em Karachi. A falta de energia durante horas, algo típico no Paquistão, deixou ventiladores e aparelhos de ar-condicionado desligados.
A onda de calor representa um desafio maior por ocorrer no mês sagrado de jejuns do Ramadã, onde os muçulmanos praticantes evitam água e alimentos durante o dia.
"Nós confirmamos que 622 pessoas morreram na onda de calor em toda a província", disse Saeed Mangnejo, o mais graduado funcionário do setor de saúde em Sindh. "Mas a mais atingida é Karachi, onde mais de 600 pessoas morreram de ataque do coração, enquanto 19 morreram em outras áreas da província", acrescentou ele, dizendo esperar que o número suba mais.
A maioria dos mortos é de idosos, disse Seemi Jamali, porta-voz do Hospital Jinnah, de Karachi. Milhares de pessoas recebem tratamento por moléstias relacionadas ao calor, incluindo febre e desidratação, além de problemas estomacais, segundo a porta-voz. Os necrotérios estão ficando sem espaço, com emissoras locais de televisão mostrando corpos colocados nas salas resfriadas de estoque nesses locais.
O ministro-chefe provincial, Qaim Ali Shah, determinou nesta terça-feira que escolas e escritórios públicos fiquem fechados até o fim da onda de calor. Ele culpou o governo federal do Paquistão pelas mortes, dizendo que autoridades não haviam respondido a seu apelo por consertos na rede de distribuição de energia. Já o governo central culpou a administração de Karachi pelas mortes, dizendo que ela não consegue cuidar de seus próprios assuntos.
O meteorologista Abdur Rauf qualificou a onda de calor como a pior em pelo menos uma década a atingir o Paquistão. Ele disse esperar que as chuvas de monção nos próximos dias tragam alívio à área.