OMS tenta transmitir tranquilidade diante do surto de mpox na África e um caso na Europa
Anteriormente conhecida como varíola dos macacos, um caso da doença foi registrado na Suécia
Agência de Notícias
Publicado em 20 de agosto de 2024 às 10h08.
Última atualização em 20 de agosto de 2024 às 10h13.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) transmitiu, nesta terça-feira, 20, uma mensagem de tranquilidade diante do novo surto de mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos) na África e a um único caso detectado naEuropa, em uma situação tentativa de conter informações alarmistas e rumores sobre esta doença e seu modo de transmissão.
“ Mpox não é covid (…) Com base no que sabemos, mpox é transmitido principalmente através do contato pele a pele que apresenta lesões de mpox, incluindo (as produzidas) durante as relações sexuais”, disse o diretor da OMS Europa, Hans Kluge, em comentários à imprensa internacional em Genebra.
Na mesma linha, lembrou que sabemos como controlar esta doença infecciosa e quais são “os passos que devem ser dados na Europa para eliminar completamente a transmissão”.
Na mesma entrevista coletiva, o porta-voz daOMS, Tarik Jasarevic, destacou que o uso de máscaras não é recomendado uma vez que o contato é pele a pele.
O estado de alerta sanitário que a OMS declarou há poucos dias tem a ver com a rápida expansão e elevada mortalidade de uma nova variante (denominada clade 1b) naÁfrica e de um primeiro caso na Suécia, de um viajante que esteve em uma zona da África onde o vírus circula intensamente.
Esta variante é diferente do chamado clade 2, que causou um surto violento na África em 2022 e centenas de casos na Europa, América do Norte e países de outras regiões.
O chefe do escritório europeu da OMS lembrou que há dois anos os governos da Europa foram solicitados a manter os esforços para eliminar completamente o mpox da Europa, mas isso fracassou porque “faltou compromisso e recursos”.
A consequência é que a cada mês se diagnosticam 100 casos da clade 2 do mpox naEuropa, com um total de 27 mil casos diagnosticados desde 2022 neste continente.
O que é preocupante no surto atual é que se observa que o clade 1b se espalha mais facilmente entre as pessoas e tende a causar sintomas mais graves.
Perante a informação sobre a suposta transmissão deste clade de mpox através do ar, o responsável sanitário explicou que “é possível que alguém, na fase aguda da infecção e principalmente se tiver bolhas na boca, possa transmitir o vírus para fechar contatos através de gotículas (que você exala), em casa ou em hospitais".
A OMS destacou que há evidências importantes de que também pode haver contágio por meio de lençóis e utensílios nos hospitais.
Kluge admitiu que o modo de transmissão do clade 1b ainda não está totalmente claro e que são necessárias mais pesquisas.