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OMS e OMC buscam garantia de que não faltará material médico na crise

Para Tedros Ghebreyesus e Azevêdo, os governos devem evitar ações que possam prejudicar as cadeias produtivas e impactar os países mais vulneráveis

Tedros Adhanom Ghebreyesus: diretor da OMS se mostrou preocupado com a falta de equipamento médico (Christopher Black/OMS/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de abril de 2020 às 13h43.

Última atualização em 20 de abril de 2020 às 14h28.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) , Tedros Adhanom Ghebreyesus, e o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) , Roberto Azevêdo, divulgaram comunicado conjunto no qual afirmam que as duas entidades estão trabalhando juntas para garantir o fluxo internacional de materiais médicos em meio à pandemia de coronavírus .

"Manter o comércio de tecnologias em saúde o mais aberto e previsível possível é de interesse vital. Isso ajudará os países a responderem a esta crise, a se recuperarem e a construírem os sistemas de saúde que promoverão maior resiliência no futuro", destacaram.

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A nota ressalta que o Regulamento Sanitário Internacional oferece os instrumentos necessários para proteger o comércio de itens médicos. Segundo o texto, a OMC fornece flexibilidades aos governos para que eles possam resolver problemas de escassez desses produtos. "Mas qualquer medida tomada para promover a saúde pública que restrinja o comércio internacional deve ser direcionada, proporcional, transparente e temporária", salientaram.

Para Tedros Ghebreyesus e Azevêdo, os governos devem evitar ações que possam prejudicar as cadeias produtivas e impactar os países mais vulneráveis, sobretudo os em desenvolvimento e subdesenvolvidos. "Enfatizamos a importância de simplificar as verificações de conformidade regulatória com base na cooperação regulamentar e nos padrões internacionais", pontuaram.

 

Os líderes exortam os países a implementarem medidas que facilitem a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias e que promovam sua disseminação para outros lugares. Entre as iniciativas, o comunicado cita investimentos direcionados, acesso a resultados de pesquisas médicas, compartilhamento de direitos de propriedade intelectuais, eliminação de tarifas para certos produtos e redução de custos comerciais.

"Ação global, solidariedade e cooperação internacional são mais necessárias do que nunca para lidar com esta situação de saúde. A OMS e a OMC estão trabalhando juntas para desempenhar seu papel", concluíram.

OMS desmente Trump sobre aviso de Taiwan

A Organização Mundial da Saúde negou ter ignorado um e-mail de autoridades de Taiwan que teria denunciado os primeiros casos de transmissão entre humanos do coronavírus, no final de dezembro, como afirmado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última semana. "A primeira informação sobre coronavírus não veio de Taiwan", garantiu o diretor-geral da entidade.

Tedros Ghebreyesus também voltou a reiterar que o relaxamento das medidas de distanciamento social devem seguir uma série de fatores, entre eles a capacidade dos sistemas de saúde de detectar, testar, isolar e tratar todos os casos de covid-19. "Queremos enfatizar que afrouxar as restrições não significa o fim da epidemia em qualquer país. Acabar com a epidemia vai demandar esforço sustentável da parte de indivíduos, comunidades e governos para continuarem a suprimir e controlar o vírus", afirmou.

O diretor-geral da OMS ressaltou que a entidade está comprometida em salvar vidas e agradeceu ao apoio dos ministros da Saúde do G-20, em teleconferência realizada ontem. Segundo Tedros, o Fundo de Resposta Solidário à covid-19 arrecadou mais de US$ 194 milhões e mais de 100 países se associaram aos testes clínicos sobre a doença.

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