OMS: Maria Van Kerkhove também alertou nesta terça-feira para o fato de que ocorre um aumento no número de mortes por covid-19 em várias regiões do mundo (FABRICE COFFRINI/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de fevereiro de 2022 às 13h15.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2022 às 13h19.
Líder técnica da covid-19 na Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove disse nesta terça-feira que a variante ômicron, mais contagiosa, continua a se disseminar pelo mundo, tornando-se a cepa dominante em cada vez mais países, tirando espaço da delta. "A ômicron em geral é mais transmissível e causa uma doença com severidade menor, em comparação com a delta mas ainda é um vírus perigoso", ressaltou.
Ela foi questionada, durante entrevista coletiva, sobre a subvariante BA.2. Lembrou que esta é parte do grupo da ômicron e que está na lista das "variantes de preocupação" monitoradas pela OMS.
Há relatos de que a BA.2 pode ter uma taxa de crescimento um pouco maior que a BA.1, apontou.
Segundo a autoridade, o mais importante diante disso é que as pessoas tenham a consciência de que o vírus continua a circular, por isso a necessidade de manter medidas para conter o problema.
OMS diz ver aumento de mortes por covid-19 em várias regiões do mundo
Maria Van Kerkhove também alertou nesta terça-feira para o fato de que ocorre um aumento no número de mortes por covid-19 em várias regiões do mundo.
Maria Van Kerkhove defendeu uma "abordagem abrangente" na luta contra a doença, com todas as ferramentas atualmente disponíveis. Além das vacinas, a OMS tem enfatizado a necessidade de se usar máscaras, do distanciamento físico e da lavagem das mãos. A autoridade disse que as pessoas devem receber apoio para trabalhar em casa neste momento, quando isso for possível.
Questionada, ela também comentou o fato de que alguns países têm reduzido o número de dias de isolamento recomendado, no caso dos contaminados. Ela disse que as pessoas assintomáticas com a cepa ômicron também podem transmitir a covid-19, mas notou que os países buscam um equilíbrio entre reduzir as transmissões e manter seus serviços funcionando. Ela não recomendou um prazo específico, nesse caso.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse estar preocupado com a "narrativa" vista em alguns países de que, como a ômicron é muito transmissível e com severidade menor, evitar a transmissão seria impossível ou desnecessário. "Nada pode estar mais longe da verdade", criticou. Ele ainda lembrou que "mais transmissão significa mais mortes."
Segundo Ghebreyesus, a OMS não defende lockdowns, "mas estamos pedindo a todos os países que se protejam seu povo usando cada instrumento disponível, não apenas as vacinas".
Ele afirmou que a OMS monitora neste momento quatro "variantes de interesse", entre elas a BA.2. A autoridade disse que, conforme o vírus evolui, as vacinas também devem precisar evoluir para conter o problema, além de lembrar a importância de que os países continuem a monitorar, testar, monitorar e sequenciar as cepas dos vírus que circulam.
Ghebreyesus ainda mencionou que, desde que a variante ômicron foi identificada, "apenas dez semanas atrás", quase 90 milhões de casos já foram reportados à OMS, "mais que o reportado em todo o ano de 2020".
Já o diretor executivo da OMS, Michael Ryan, disse que as pessoas devem continuar a usar máscaras em lugares lotados ou fechados. Ele ainda alertou que países que reabrem rápido demais correm o risco de ter de reverter isso logo, e argumentou que cada nação deve escolher sua própria trajetória para essa reabertura, não apenas copiar outros países.