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Odebrecht deu US$ 3 mi para campanha com ex-diretor da Pemex

A ONG afirmou nesta segunda-feira que a empresa brasileira fez várias transferências para uma empresa supostamente ligada a Emilio Lozoya em 2012

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Odebrecht: (Odebrecht/Divulgação)

Odebrecht: (Odebrecht/Divulgação)

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EFE

Publicado em 14 de agosto de 2017, 16h43.

Cidade do México - A construtora Odebrecht transferiu mais de US$ 3 milhões a uma empresa supostamente ligada ao ex-diretor da Petróleos Mexicanos (Pemex) Emilio Lozoya em meio à campanha eleitoral de 2012, segundo a organização Mexicanos Contra a Corrupção e a Impunidade (MCCI).

A ONG, citando dados extraídos do Meinl Bank de Antígua - propriedade da Odebrecht -, afirmou nesta segunda-feira que a empresa brasileira fez várias transferências para a Latin American Asia Capital Holding, com base nas Ilhas Virgens e descrita "como a empresa através da qual eram pagas propinas a Lozoya".

Lozoya, que ocupou o cargo executivo da Pemex do final de 2012 até janeiro de 2016, foi dirigente da campanha do Partido Revolucionário Institucional (PRI), cujo candidato era o agora presidente do país, Enrique Peña Nieto.

"A campanha presidencial de 2012 no México começou no dia 30 de março, e em três semanas começaram a fluir os depósitos da Odebrecht", informou a MCCI, acrescentando que quando acabou "o prazo para fazer proselitismo", em 27 de junho, "foram freados os envios de dinheiro" à empresa ligada a Lozoya.

Os depósitos da Odebrecht continuaram no dia 7 de novembro de 2012, desta vez para uma segunda empresa, também vinculada a Lozoya, chamada Zecapan.

Poucos dias depois, Peña Nieto se reuniu com Marcelo Odebrecht, segundo diversos e-mails interceptados pela Polícia Federal brasileira aos que a organização teve acesso.

O jornal "O Globo" e a organização mexicana El Quinto Elemento Lab revelaram no domingo o conteúdo da delação do ex-diretor da Odebrecht no México Luis Alberto Meneses Weyll, que disse que em março de 2012 Lozoya pediu US$ 5 milhões a ele "como pagamento por tê-lo auxiliado no posicionamento da empresa em Vera Cruz".

A Odebrecht aceitou pagar US$ 4 milhões porque "Lozoya se perfilava como um funcionário influente no próximo governo de Peña", ressalta o relatório de MCCI.

Ao todo, Odebrecht teria pago até US$ 10 milhões a Lozoya em propina para que a empresa brasileira ganhasse uma licitação avaliada em US$ 115 milhões para remodelar uma refinaria, segundo "O Globo".

O advogado de Lozoya, Javier Coello, disse nesta segunda-feira à "Radio Fórmula" que a informação publicada sobre o suposto envolvimento de seu cliente no esquema de corrupção é "totalmente falsa".

O ex-diretor da Pemex "é absolutamente inocente", afirmou Coello, que rejeitou a vinculação com as contas das Ilhas Virgens: "Não existe nenhuma prova de que haja algum dinheiro depositado que pareça do senhor Lozoya".

"Provaremos que Lozoya não recebeu um centavo sequer dos US$ 10 milhões dados como propina", afirmou o advogado, segundo quem o cliente está disposto a comparecer à procuradoria-geral para se defender.

O titular da Promotoria Especializada para a Atenção de Crimes Eleitorais (Fepade), Santiago Nieto, declarou nesta segunda-feira em um forum que o órgão não abriu uma investigação de ofício, mas destacou que se receber uma denúncia, apurará "em total imparcialidade".

O próprio Lozoya negou as acusações no domingo pelo Twitter. A Promotoria mexicana assegurou que levará a investigação do caso até "as últimas consequências" e criticou o atraso da entrega de informação sobre a Odebrecht por parte do Brasil.

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