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Ocidente tenta salvar cessar-fogo na Ucrânia

Os ocidentais tentam salvar o cessar-fogo no leste da Ucrânia, com Washington enviando a Kiev um de seus diplomatas mais experientes

Blindados ucraniano na região de Donetsk, no leste do país (Anatoli Boiko/AFP)

Blindados ucraniano na região de Donetsk, no leste do país (Anatoli Boiko/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 13h22.

Kiev - Os ocidentais tentam salvar o cessar-fogo no leste da Ucrânia, com Washington enviando a Kiev um de seus diplomatas mais experientes, enquanto Paris e Berlim ofereceram drones para monitorar a linha de frente.

Enquanto pelo menos 80 soldados e civis ucranianos morreram nos combates no último mês de "trégua", disparos com armas pesadas ainda eram ouvidos nesta segunda-feira perto do aeroporto de Donetsk, o principal problema da guerra contra os rebeldes separatistas pró-russos.

Três colunas de fumaça saíam da região do aeroporto, controlada com grande dificuldade pelo exército ucraniano na principal cidade rebelde.

O porta-voz do exército ucraniano, Andrii Lysenko, informou que um soldado morreu e 13 ficaram feridos nas últimas 24 horas. Uma nova tentativa de tomada do aeroporto foi impedida durante a noite.

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), encarregada de observar o cessar-fogo, anunciou que dois drones, modelo Camcopter S-100 da fabricante austríaca Schiebel, chegaram nesta segunda-feira à Ucrânia.

Os aviões não tripulados devem ajudar a organização a identificar mais facilmente quem tem violado a trégua.

A OSCE espera que quatro drones sobrevoem as zonas de combates, enquanto Kiev e os ocidentais acusam a Rússia de dar assistência aos separatistas, com o envio de tropas e armas.

Além dos drones da OSCE, o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, informou no domingo que França e a Alemanha também enviariam aviões não tripulados.

Um porta-voz da OSCE, Michael Bociurkiw, admitiu não saber se os dispositivos de Paris e Berlim fariam parte da missão da OSCE.

A OSCE, mobilizada desde março na Ucrânia, mantém 80 observadores no país, um número que espera dobrar em breve.

Em uma conversa telefônica, o presidente russo Vladimir Putin e seu colega suíço Didier Burkhalter, presidente em exercício da OSCE, ressaltaram "a necessidade de aumentar o potencial" da missão da OSCE, segundo um comunicado do Kremlin.

De acordo com o jornal alemão Bild de sábado, Berlim também planeja enviar 200 soldados para a Ucrânia para garantir a segurança da missão da OSCE.

Por sua vez, Washington enviou nesta segunda-feira a Kiev a emissária para assuntos europeus, Victoria Nuland, que ficou famosa no início deste ano por suas polêmicas declarações a respeito da União Europeia.

Três semanas antes das eleições parlamentares, Nuland deve discutir com os líderes de Kiev "sobre a ajuda dos Estados Unidos aos esforços de reforma na Ucrânia, sobre o conflito no leste da Ucrânia e o apoio integral americano à integridade territorial" do país, de acordo com o Departamento de Estado.

Nuland é esperada na quarta-feira na Alemanha, e depois na Finlândia.

No plano econômico, as sanções econômicas impostas pelo Ocidente contra a Rússia continuam a produzir efeitos, o rublo caiu nesta segunda-feira a 40 rublos por dólar. A moeda russa perdeu cerca de 20% de seu valor em relação ao dólar desde o início do ano.

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