Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que o presidente americano, Barack Obama, comprometeu-se a dar uma resposta antes de quarta-feira sobre as denúncias de espionagem contra o país, segundo um comunicado publicado no blog da Presidência.

"Segundo Dilma, Obama assumiu responsabilidade direta e pessoal pela investigação das denúncias de espionagem", disse o comunicado.

As declarações de Dilma foram feitas em uma coletiva de imprensa após o fim da cúpula do G20 em São Petersburgo.

O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, se reunirá na próxima quarta-feira com a conselheira de Segurança Nacional americana, Susan Rice, para conversar sobre o assunto, informou a Presidência.

Obama e Dilma se reuniram na noite de quinta-feira à margem da cúpula do G20 em São Petersburgo para dialogar sobre as denúncias de que as comunicações da presidente brasileira, de vários de seus assessores e de milhares de cidadãos brasileiros foram espionadas pelos Estados Unidos, o que trouxe tensões às relações bilaterais.

---

Dilma também indicou na coletiva de imprensa que irá propor à ONU uma nova governança contra a invasão de privacidade, indicou o comunicado da Presidência.

Na falta de resposta às denúncias, Dilma decidiu na quinta-feira adiar a viagem que uma comitiva faria neste sábado a Washington para preparar sua visita de Estado aos Estados Unidos, fixada há meses para 23 de outubro.

O Brasil classificou a suposta espionagem americana de "inadmissível e inaceitável" e pediu a Washington uma explicação formal e por escrito.

As denúncias de espionagem contra Dilma e também contra o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, foram divulgadas pela TV Globo, que se baseou em documentos vazados pelo ex-consultor da Agência Nacional de Segurança americana (NSA, em inglês) Edward Snowden, acusado de espionagem por seu país e asilado na Rússia.

Peña Nieto afirmou na quinta-feira em São Petersburgo que conversou por telefone com Obama e que ele se comprometeu a investigar se os Estados Unidos interceptaram comunicações eletrônicas quando era candidato às eleições presidenciais de 2012, em declarações a uma rede de televisão russa.