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Obama: reforma migratória está ao alcance dos EUA

"A pergunta agora é simples. Temos a determinação como povo, como país, como governo, de finalmente alcançarmos uma solução para este tema? Acredito que sim", disse Obama


	Barack Obama: "creio que estamos finalmente em um momento em que uma reforma migratória integral está ao nosso alcance", falou
 (AFP/ John Gurzinski)

Barack Obama: "creio que estamos finalmente em um momento em que uma reforma migratória integral está ao nosso alcance", falou (AFP/ John Gurzinski)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2013 às 19h53.

Las Vegas - O presidente Barack Obama afirmou nesta terça-feira que uma reforma migratória integral está ao alcance dos Estados Unidos, ao apresentar um plano que estabelece um caminho para a cidadania aos mais de 11 milhões de imigrantes em situação irregular no país.

"A pergunta agora é simples. Temos a determinação como povo, como país, como governo, de finalmente alcançarmos uma solução para este tema? Acredito que sim", disse Obama durante um discurso em Las Vegas, Nevada (oeste).

"Chegou o momento", repetiu várias vezes Obama, em meio a calorosos aplausos em uma escola em Las Vegas, onde discursou por menos de meia hora.

Obama considerou "alentador" um acordo marco anunciado na segunda-feira por um grupo de oito senadores democratas e republicanos para avançar nesta questão, mas advertiu que se o Congresso não chegar a um acordo sobre o complicado tema, enviará um projeto de lei para que seja votado pelo Legislativo.

"Neste momento, parece que há um genuíno desejo de solucionar logo o problema. E isso é muito alentador", disse.


"Estamos finalmente em um momento em que uma reforma migratória integral está ao nosso alcance", ressaltou o mandatário, que incluiu em seu plano a concessão da cidadania a imigrantes em situação irregular mediante o cumprimento de determinados requisitos, como pagar impostos e multas e aprender inglês .

Ele também pretende reforçar a segurança na fronteira com o México, impor maiores restrições à contratação de imigrantes irregulares por empresas e conceder vistos para estudantes que se destaquem.

Obama previu que o debate em torno deste espinhoso tema ficará "mais emotivo" e agitado à medida que se avance para um acordo, advertindo que assumirá una postura firme se houver atrasos no Congresso.

"Este não é um debate somente sobre políticas, é sobre pessoas, homens e mulheres, jovens", disse Obama, utilizando como exemplo o caso de um jovem sem documentos que entrou no país com pouca idade e que, graças a uma medida de seu governo para evitar a sua deportação, continua frequentando a universidade.

A oposição dos conservadores a uma reforma migratória parece ter perdido um pouco de sua força após a eleição de novembro, quando Obama conseguiu 71% do voto hispânico, em sua disputa com Mitt Romney, que defendeu uma "autoexpulsão" dos imigrantes em situação irregular.


Otimismo prudente após discurso

"Temos que nos ocupar das 11 milhões de pessoas que estão aqui ilegalmente. (...) Para que uma reforma migratória integral dê certo, deve estar claro desde o começo que há um caminho para a cidadania", disse Obama, advertindo que o processo "não será rápido", mas "justo".

Uma das principais diferenças entre a proposta de Obama e a dos oito senadores é que estes submetem a concessão da cidadania aos imigrantes sem documentos a um reforço da segurança na fronteira, uma questão de honra para os republicanos.

O senador republicano John McCain, um dos integrantes do grupo, disse que está "cautelosamente otimista" em poder "encontrar um terreno comum", enquanto outro membro do grupo, o senador Jeff Flake, lamentou que Obama não tenha sido mais enfático quanto a segurança fronteiriça e a respeito da necessidade de um programa de trabalhadores temporários, o que mostra que um acordo ainda está distante.

Mas a presença no grupo do republicano de origem cubana Marco Rubio, ligado aos conservadores, pode facilitar a aprovação de uma reforma na Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos e onde diversos legisladores ainda veem com maus olhos qualquer "anistia" que beneficie os imigrantes em situação irregular.

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