O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez piada sobre ele mesmo e com alguns adversários no sábado durante o jantar anual do Gridiron Club, em Washington, com referências engraçadas às críticas que recebe com frequência.

"Há alguns anos eu nunca imaginaria chegar aos 50. E quanto ao meu índice de popularidade, ainda não consigo", brincou o presidente, de 53 anos, no jantar do Gridiron Club, um dos mais prestigiosos clubes da imprensa americana.

Obama fez referência a alguns de seus rivais, como o ex-prefeito Nova York Rudy Giuliani, que o acusou recentemente de "não amar" os Estados Unidos. "Se não amasse os Estados Unidos, não teria mudado para cá do Quênia", disse Obama, provocando gargalhadas na audiência.

Obama, que agora tem menos de dois anos para o fim do segundo mandato, também apontou contra alguns analistas políticos, que consideram que o Partido Democrata deveria mostrar mais interesse pelos eleitores idosos e brancos. "Por isto que estou aqui", afirmou.

O jantar anual, que com suas canções e paródias tem mais referência à época do Music Hall do que à era do Twitter, é uma oportunidade para que membros da elite política e dos meios de comunicação de Washington tenham um momento de diversão, com risadas e autocrítica, ao mesmo tempo que arrecadam recursos.

Obama começou o discurso com a explicação de que este ano provocaria mais risadas dos presentes do que nas edições anteriores do jantar do Gridiron Club. "Não estou dizendo que estou mais engraçado. Eu estou dizendo que a maconha agora é legal em Washington DC".

A capital dos Estados Unidos descriminalizou a posse e consumo recreativo da maconha, que continua sendo ilegal na legislação federal.

O presidente também mencionou a polêmica que envolve Hillary Clinton, que usou uma conta de e-mail particular para enviar mensagens quando era secretária de Estado.

Ao afirmar que um dia já foi conhecido como candidato especializado em novas tecnologias, Obama disse: "Hillary tem um servidor em sua casa. Eu nem sabia que você poderia ter um destes. Estou tão defasado...".

Obama alfinetou ainda o senador republicano Tom Cotton, que teve a iniciativa esta semana de enviar uma carta aberta ao Irã com a advertência de que um acordo nuclear com os Estados Unidos poderia ser revogado com uma assinatura pelo próximo presidente.

"Você não diminui o cargo tirando uma selfie", disse, em referência às críticas que recebeu por um vídeo dirigido aos jovens que mostra Obama fazendo uma 'selfie' na Casa Branca. "Você faz isto enviando uma carta mal escrita ao Irã. Sério. Isto não foi uma piada".