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Obama enfrenta chuva de críticas por participação americana na Líbia

Pressionado para que a participação do Exército americano chegue ao fim, Obama disse nesta terça-feira que "a estratégia de saída esterá pronta ainda nesta semana"

Obama recebe críticas diante dos gastos americanos com a ofensiva na Líbia

Obama recebe críticas diante dos gastos americanos com a ofensiva na Líbia

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2011 às 19h32.

Washington - O presidente Barack Obama enfrenta violentas críticas no Congresso, onde se chegou a dizer que ele merecia o impeachment, pela participação dos Estados Unidos na operação militar na Líbia, sem que ninguém saiba ao certo o custo da campanha, nem como ela vai terminar.

Pressionado para que a participação do Exército americano chegue ao fim, Obama disse nesta terça-feira no canal Univisión de televisão que "a estratégia de saída esterá pronta ainda nesta semana", mas também afirmou que as forças americanas prosseguiam envolvidas no conflito.

"Teremos um papel de apoio, continuaremos fornecendo nossas técnicas de inteligência e de bloqueio das comunicações que são únicas", acrescentou Obama. Durante entrevista à imprensa nesta terça-feira, como parte da viagem à América Latina, o presidente americano destacou que houve "uma redução significativa de sobrevoos de aviões americanos na Líbia".

Mas, tanto os republicanos, quanto os democratas, lamentaram o fato de o presidente não ter buscado a aprovação explícita do Congresso antes de lançar, sábado, junto com França e Grã-Bretanha, com o aval da ONU, a operação na Líbia; e se mostraram preocupados com o seu custo.

A estimativa é que possa ascender a centenas de milhões de dólares.

A campanha inclui a participação de outros países europeus da Otan e um país árabe, Qatar, e age sob o mandato da resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU que autorizou recorrer a "todos os meios" para proteger os civis expostos ao avanço das tropas do coronel Muamar Kadhafi nas zonas rebeldes.

Por enquanto, a opinião pública americana apoia os ataques, num percentual de 47% contra 37%, segundo uma pesquisa Gallup.

Mas, talvez, o mais relevante é que 44% dos eleitores independentes, que normalmente fazem a diferença nas eleições nos Estados Unidos, estão contra (38% a favor).

Os representantes democratas Barbara Lee, Mike Honda, Lynn Woolsey e Raúl Grijalva acusam Obama "de ir à guerra precipitadamente com um conhecimento limitado da situação no terreno e sem uma estratégia de saída".

"Participaremos de dura batalha no Congresso para assegurar que os Estados Unidos não se metam em apertos na Líbia sem uma porta de saída, nem um plano diplomático de paz", declararam em comunicado comum.

Esses políticos estimam que o Congresso, ao qual a Constituição reserva o direito de declarar a guerra, teria que ter aprovado as operações.

Para o representante democrata Dennis Kucinich a falta é tão grave que pode levar à destituição do presidente.

Kucinich qualifica o Iraque e o Afeganistão de "grandes atoleiros" e prometeu tentar impedir o financiamento da participação na Líbia. Ele acusou Obama de "mergulhar outra vez os Estados Unidos numa nova guerra que não podemos financiar".

Mas não encontrou seguidores para a proposta de impeachment.

Nas fileiras republicanas, os parlamentares fizeram circular um vídeo de 2007 no qual o vice-presidente Joe Biden, senador na época, afirmava que George W. Bush deveria ser destituído se atacasse o Irã sem a aprovação do Congresso.

"O presidente não tem a autoridade constitucional para levar este país à guerra", afirma Biden no vídeo, "a menos que sejamos atacados ou estivermos a ponto de sê-lo. E se o fizer, eu pediria seu afastamento."

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