O mistério da morte de centenas de elefantes em Botsuana
Pelo menos 275 elefantes já morreram. Especialistas dizem que muitos deles foram observados fracos, desorientados e com dificuldades para se mover
AFP
Publicado em 2 de julho de 2020 às 14h01.
Última atualização em 2 de julho de 2020 às 15h11.
Pelo menos 275 elefantes morreram em condições misteriosas no Delta do Okavango (norte), no Botsuana, uma região muito popular entre os turistas, informaram as autoridades nesta quinta-feira, 2.
"Recebemos uma informação sobre a morte de 356 elefantes no norte do Delta do Okavango, e até agora confirmamos a morte de 275 paquidermes", disse à AFP o diretor de Parques Nacionais e Vida Selvagem do Botsuana, Cyril Taolo.
"A causa de sua morte está sendo determinada. O antraz [ ou doença do carvão ] está excluído. Também não suspeitamos dos caçadores furtivos, já que os animais foram encontrados com suas presas", afirmou.
O Ministério do Meio Ambiente esclareceu que está analisando amostras dos restos dos animais em três laboratórios do Zimbábue, África do Sul e Canadá.
Segundo um relatório da ONG Elefantes Sem Fronteiras (EWB) de 19 de junho de 2020, divulgado na imprensa na quarta-feira, 356 elefantes foram encontrados mortos no Delta do Okavango.
A EWB estima que a morte de cerca de 70% deles remonta "a aproximadamente um mês, enquanto que a dos 30% restantes parece mais recente, entre um dia e duas semanas."
Vários elefantes vivos foram observados e considerados muito fracos, letárgicos, alguns desorientados e outros com dificuldades para se mover, disse o diretor da ONG Michael Chase, acrescentando que fêmeas e machos de todas as idades parecem estar acometidos por essa "doença misteriosa."
Os paquidermes parecem ter "morrido muito repentinamente em alguns casos", destacou o biólogo Keith Lindsay, especialista na preservação da fauna.
"Os restos que estamos analisando são de elefantes que caíram sobre seu esterno enquanto caminhavam, o que é muito incomum", explicou à AFP.
O Botsuana abriga cerca de 130.000 elefantes em liberdade, um terço da população total de paquidermes na África.