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O Japão nas manchetes

Embora seja a terceira economia do mundo, o Japão costuma ficar longe das manchetes internacionais. Esta semana foi uma exceção. Na quarta-feira, foi divulgado que o imperador Akihito pode ser o primeiro monarca a renunciar desde o século 19. No domingo, os japoneses haviam concedido ao partido do primeiro-ministro Shinzo Abe uma vitória esmagadora nas eleições […]

ABE (NA ESQUERDA): em visita à Mongólia, ontem, o primeiro ministro tenta reforçar seu peso na região  / Damir Sagolj/ Reuters (Damir Sagolj/ Reuters/Reuters)

ABE (NA ESQUERDA): em visita à Mongólia, ontem, o primeiro ministro tenta reforçar seu peso na região / Damir Sagolj/ Reuters (Damir Sagolj/ Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2016 às 06h34.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h47.

Embora seja a terceira economia do mundo, o Japão costuma ficar longe das manchetes internacionais. Esta semana foi uma exceção. Na quarta-feira, foi divulgado que o imperador Akihito pode ser o primeiro monarca a renunciar desde o século 19. No domingo, os japoneses haviam concedido ao partido do primeiro-ministro Shinzo Abe uma vitória esmagadora nas eleições legislativas e um cheque em branco para acelerar mudanças.

Abe tem duas metas principais: levar adiante seu programa econômico e colocar em prática o antigo sonho de reformar a Constituição, dando mais poder ao exército. O centro da discussão é o artigo 9, que limita o orçamento das forças militares e permite que elas atuem apenas para fins de defesa. Em vigor desde 1947, a Carta Magna do país foi imposta pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra.

Para este ano, o orçamento liberado ao Ministério da Defesa japonês é de 41,4 bilhões de dólares. Os Estados Unidos gastaram 600 bilhões de dólares. A China, 215 bilhões. Abe e seu partido nunca esconderam o desejo de reformar o artigo 9. O principal argumento é de que o país precisa se precaver diante das constantes ameaças nucleares da Coreia do Norte e das posições cada vez mais assertivas da China – nesta semana, o país afirmou que vai ignorar uma decisão da Corte de Haia e continuar usando o Mar do Sul da China como seu quintal.

Uma pesquisa da agência japonesa Asashi no domingo mostrou que 49% dos japoneses apoiam as mudanças. Embora deseje aprofundar o debate sobre o tema, Abe afirmou que, por enquanto, se concentrará na economia. E há muito o que fazer.

Sua principal medida será intensificar o chamado “Abenomics”, política de aumento do dinheiro circulante no país que se tornou sua marca registrada. O objetivo é fugir da deflação que assombra o Japão há décadas e atingir inflação de 2% até 2017 – o índice de preços japonês fechou junho em -0,4%. O plano é continuar nas manchetes por um bom tempo.

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