A cada minuto, 20 pessoas viram refugiadas no mundo
Segundo a ONU, havia, no final de 2016, 65,6 milhões de pessoas que fugiram de guerras, violência, perseguição ou outros conflitos
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2017 às 08h51.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h44.
O Dia Mundial do Refugiado ocupa o dia 20 de junho no calendário; e mais do que ser celebrada, a data não deve ser esquecida. De acordo com a ONU , havia, no final de 2016, 65,6 milhões de pessoas vítimas de deslocamento forçado no mundo – que fugiram de guerras, violência, perseguição ou outros conflitos – e, dentre elas, 22,5 milhões são refugiados (e 51% são crianças ou adolescentes), 40,3 milhões se moveram dentro do mesmo país e 2,8 milhões ainda estão em busca de refúgio.
O número de pessoas deslocadas é recorde e, ao longo de 2016, foram mais de 10 milhões de migrações forçadas – o equivalente a 20 novas pessoas nessa condição por minuto. No Brasil, o número de solicitantes de refúgio saltou drasticamente no ano passado, atualmente, há 68.000 pessoas no país que necessitam de proteção internacional – sendo que apenas 9.600 têm o status de refúgio, 34.600 aguardam na fila da solicitação e outras 22.000 apenas foram identificadas como indivíduos que precisam de ajuda. Isso significa que a demanda no país é 52,7% maior do que em 2015.
O principal motivo dos deslocamentos para o Brasil são a crise econômica e política na Venezuela , que têm chegado ao país pelo estado de Roraima. No mundo, os que já possuem o status de refugiados são principalmente da Síria (5,5 milhões de pessoas), do Afeganistão (2,5 milhões) e do Sudão do Sul (1,4 milhão), de acordo com a ONU. O país que mais acolheu essas pessoas, pelo terceiro ano consecutivo, foi a Turquia, que tem 2,9 milhões de refugiados registrados em seu país.
Nas negociações do acordo de paz na Síria, há três países encabeçando as discussões: Rússia, Irã e Turquia. Porém, desde março não há encontros formais para discutir a questão. Estava prevista uma reunião oficial para 12 de junho, mas o encontro foi adiado para o próximo dia 10 de julho. O processo tem sido complicado, uma vez que os Estados Unidos se recusam a sentar à mesa – em abril, o governo americano bombardeou um galpão de armas do governo sírio e, nessa segunda-feira, derrubou um avião oficial. Americanos e russos estão em lados opostos na guerra, e o tormento que já dura seis anos parece longe de terminar. As pessoas vão continuar precisando deixar suas casas – na Síria e em outros países em situação de conflito pelo mundo.