Número dois da Al Qaeda no Iêmen diz que está vivo
Se a autenticidade da gravação for confirmada, esta seria a segunda vez que as autoridades iemenitas anunciam a falsa morte do líder terrorista
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2012 às 13h30.
Sana - O número dois da Al Qaeda na Península Arábica, o saudita Said al Shahri, negou nesta segunda-feira em uma gravação sonora que uma operação do exército iemenita o matou em setembro na península de Hadramut, no sul do país.
"As informações da minha morte são um rumor para ofuscar a morte de muçulmanos inocentes no Iêmen, assassinados pelos bombardeios de aviões não tripulados americanos", disse Al Shahri no áudio publicado em sites geralmente usados pelos islamitas.
Se a autenticidade da gravação for confirmada, esta seria a segunda vez que as autoridades iemenitas anunciam a falsa morte do líder terrorista.
Em fevereiro de 2011, o governo iemenita informou sobre a morte de Al Shahri em uma explosão quando os terroristas viajavam pela província de Abian, no sul do país.
Na gravação, o número dois da Al Qaeda, conhecido como Abu Sefian al Asdi, acrescentou que o rumor foi divulgado "quando os muçulmanos se levantaram contra o assassinato dos pobres, mulheres e crianças em Hadramut e Al Baida".
"O governo iemenita não se limitou apenas a assumir a morte de muçulmanos inocentes em Al Baida no lugar dos EUA, mas ao ver que a população não acreditava neste boato, divulgou outra mentira, que é a morte de Said al Shahri", disse o áudio.
O Ministério de Defesa iemenita anunciou em 10 de setembro que Al Shahri morreu junto a seis outros membros da Al Qaeda em uma operação perpetrada pelo exército em Hadramut.
As autoridades iemenitas não forneceram detalhes da ação. Uma fonte de segurança explicou à Agência Efe que a operação foi um ataque aéreo apoiado por forças terrestres especiais.
Al Shahri é o ajudante do iemenita Nasser al Wahishi, o emir da Al Qaeda na Península Arábica, desde o anúncio da fundação da organização no Iêmen, em 2009.
O dirigente terrorista ficou preso durante sete anos na prisão de Guantánamo, de onde foi libertado em 2008, quando retornou à Arábia Saudita para pouco depois ir para o Iêmen.
As autoridades iemenitas suspeitam que Al Shahri planejou vários ataques suicidas, entre eles os que tiveram como objetivo a embaixada dos EUA em Sana, em setembro de 2008.