Protestos no Chile: alunos de Ensino Médio fizeram ato na quinta-feira, 5 (Pablo Sanhueza/Reuters)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2020 às 06h16.
Última atualização em 6 de março de 2020 às 06h36.
São Paulo — Depois das revoltas populares que abalaram o Chile no ano passado, o país mais liberal da América do Sul continua tentando se recuperar do susto do ponto de vista econômico e social. Na época, a atividade econômica chegou a retrair 3,3% no mês de novembro, e as mortes decorrentes dos confrontos entre manifestantes e polícia chegaram a 31.
Nesta semana, um alívio apareceu por meio do Indicador Mensal de Atividade Econômica (Imacec) – um índice publicado pelo Banco Central chileno –, que revelou que o Chile teve um início de primeiro trimestre melhor do que o esperado. De acordo com números oficiais, a economia do país avançou 1,5% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado. A expectativa do mercado era de uma alta de 1,2%.
Mas esse respiro da economia não parece ser suficiente para aplacar os ânimos de parte da população, que voltou às ruas em protestos antigoverno nesta semana. Depois de dois meses de aparente estabilidade, justamente nos meses em que a maioria dos chilenos está em férias, o mês de março ganhou o apelido de “março dos protestos” e conta até com um intenso calendário de manifestações.
Na primeira delas, que aconteceu na segunda-feira, 2, na Praça Itália, região central da capital Santiago, 283 pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia. Nesta sexta-feira, 6, uma nova marcha está marcada, desta vez na Praça Baquedano, também no centro da capital e rebatizada pelos manifestantes como Praça da Dignidade.
Agora, o mundo terá a chance de entender se esse aparente início de recuperação econômica terá fôlego para se sustentar em um mês que promete ser turbulento. Os prognósticos para o ano no país mostram que o caminho será duro: segundo a consultoria Oxford Economics, a expectativa é a de que a economia chilena volte aos níveis pré-crise apenas no terceiro trimestre de 2020. Isso, é claro, se o governo conseguir acalmar os ânimos da população.