Novo rei do xadrez digital provoca a ira dos fãs
Empresa contratada por federação para organizar e transmitir torneio na Rússia anunciou que outros sites não terão permissão de oferecer cobertura ao vivo
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2016 às 21h59.
Debruçados sobre tabuleiros de xadrez em uma sala cavernosa a algumas quadras do Kremlin, oito jogadores de elite estão participando atualmente de uma das competições mais acompanhadas de perto no ano.
O vencedor do Torneio de Candidatos, que termina na quarta-feira, dia 30 de março, ganhará o direito de desafiar o campeão mundial Magnus Carlsen, da Noruega, no Campeonato Mundial de Xadrez, em Nova York , em novembro.
O torneio desta semana foi eclipsado por movimentos que estão ocorrendo fora do tabuleiro.
A empresa contratada pela Federação Internacional de Xadrez para organizar e transmitir o torneio em andamento na Rússia anunciou no início do mês que outros sites não terão permissão de oferecer cobertura ao vivo, como muitos fizeram anteriormente.
Alguns sites de xadrez se recusaram a acatar a proibição e agora a empresa, a Agon Limited, está processando-os em um tribunal de Moscou. “Tivemos que adotar medidas para proteger nossos direitos comerciais de sites desonestos que buscam lucrar com nosso investimento significativo no jogo”, disse Ilya Merenzon, diretor-executivo da Agon em Moscou, em entrevista.
Segundo as novas regras da Agon, outros sites não podem publicar contas e comentários lance a lance antes de os jogos terminarem.
Merenzov argumenta que a cobertura ao vivo por outros sites de xadrez, dos quais alguns solicitam assinaturas pagas ou buscam receitas com anúncios, prejudica os esforços de sua empresa para aumentar o patrocínio comercial para os eventos da Federação Internacional de Xadrez, incluindo o próximo campeonato em Nova York.
É verdade, um torneio de xadrez pode não respeitar a ideia geral de um evento esportivo fascinante. A cobertura ao vivo na maioria dos sites consiste em um diagrama de tabuleiro de xadrez atualizado em tempo real para refletir os movimentos dos jogadores, juntamente com a rolagem de comentários de mestres e fãs. Mas os sites que narram a ação ao vivo em jogos de alta visibilidade atraem seguidores apaixonados entre os fãs de xadrez e a reação nas redes sociais tem sido furiosa.
“Eles estão tirando algo bonito de, possivelmente, milhões de pessoas”, dizia um dos comentários mais educados postados no site chessdom.com, que cancelou seus planos de realizar a cobertura ao vivo em Moscou e protestou ruidosamente contra as ações da Agon. Os fãs de outros sites estão convocando um boicote aos eventos da Federação Internacional de Xadrez.
Feed ao vivo
Os amantes de xadrez ainda podem assistir ao torneio de Moscou gratuitamente no site da Agon, worldchess.com, com um feed de vídeo ao vivo juntamente com comentários e entrevistas. Mas a cobertura da Agon é realizada apenas em inglês, enquanto outros sites oferecem múltiplos idiomas. Os fãs também reclamaram da qualidade dos comentários e de problemas técnicos ocasionais.
Os sites processados pela Agon, o chessbomb.com, com sede na Bulgária, e um grupo chamado chess24.com, que opera na Alemanha e em Gibraltar, disseram que continuarão oferecendo cobertura ao vivo. “Nossa transmissão ao vivo é perfeitamente legal segundo nossos advogados”, disse Macauley Peterson, porta- voz do Chess24.
Um comunicado postado no site do Chessbomb diz que está driblando a proibição com voluntários que inserem movimentos de forma anônima por meio de um servidor seguro. Quem assiste ao torneio no site da Agon precisa assinar o chamado acordo clickwrap, que proíbe o compartilhamento do conteúdo, mas no comunicado o Chessbomb alega que esses contratos não são juridicamente válidos em todos os países.
A Agon está pedindo 20 milhões de rublos (US$ 290.000) em danos de cada um dos dois sites e pretende processar pelo menos mais um site, segundo o porta-voz Andrew Murray-Watson.
As ações estão sendo abertas no tribunal de arbitragem de Moscou, que tem acordos de reciprocidade que permitiriam a aplicação de sua decisão em outros países, disse ele.
Debruçados sobre tabuleiros de xadrez em uma sala cavernosa a algumas quadras do Kremlin, oito jogadores de elite estão participando atualmente de uma das competições mais acompanhadas de perto no ano.
O vencedor do Torneio de Candidatos, que termina na quarta-feira, dia 30 de março, ganhará o direito de desafiar o campeão mundial Magnus Carlsen, da Noruega, no Campeonato Mundial de Xadrez, em Nova York , em novembro.
O torneio desta semana foi eclipsado por movimentos que estão ocorrendo fora do tabuleiro.
A empresa contratada pela Federação Internacional de Xadrez para organizar e transmitir o torneio em andamento na Rússia anunciou no início do mês que outros sites não terão permissão de oferecer cobertura ao vivo, como muitos fizeram anteriormente.
Alguns sites de xadrez se recusaram a acatar a proibição e agora a empresa, a Agon Limited, está processando-os em um tribunal de Moscou. “Tivemos que adotar medidas para proteger nossos direitos comerciais de sites desonestos que buscam lucrar com nosso investimento significativo no jogo”, disse Ilya Merenzon, diretor-executivo da Agon em Moscou, em entrevista.
Segundo as novas regras da Agon, outros sites não podem publicar contas e comentários lance a lance antes de os jogos terminarem.
Merenzov argumenta que a cobertura ao vivo por outros sites de xadrez, dos quais alguns solicitam assinaturas pagas ou buscam receitas com anúncios, prejudica os esforços de sua empresa para aumentar o patrocínio comercial para os eventos da Federação Internacional de Xadrez, incluindo o próximo campeonato em Nova York.
É verdade, um torneio de xadrez pode não respeitar a ideia geral de um evento esportivo fascinante. A cobertura ao vivo na maioria dos sites consiste em um diagrama de tabuleiro de xadrez atualizado em tempo real para refletir os movimentos dos jogadores, juntamente com a rolagem de comentários de mestres e fãs. Mas os sites que narram a ação ao vivo em jogos de alta visibilidade atraem seguidores apaixonados entre os fãs de xadrez e a reação nas redes sociais tem sido furiosa.
“Eles estão tirando algo bonito de, possivelmente, milhões de pessoas”, dizia um dos comentários mais educados postados no site chessdom.com, que cancelou seus planos de realizar a cobertura ao vivo em Moscou e protestou ruidosamente contra as ações da Agon. Os fãs de outros sites estão convocando um boicote aos eventos da Federação Internacional de Xadrez.
Feed ao vivo
Os amantes de xadrez ainda podem assistir ao torneio de Moscou gratuitamente no site da Agon, worldchess.com, com um feed de vídeo ao vivo juntamente com comentários e entrevistas. Mas a cobertura da Agon é realizada apenas em inglês, enquanto outros sites oferecem múltiplos idiomas. Os fãs também reclamaram da qualidade dos comentários e de problemas técnicos ocasionais.
Os sites processados pela Agon, o chessbomb.com, com sede na Bulgária, e um grupo chamado chess24.com, que opera na Alemanha e em Gibraltar, disseram que continuarão oferecendo cobertura ao vivo. “Nossa transmissão ao vivo é perfeitamente legal segundo nossos advogados”, disse Macauley Peterson, porta- voz do Chess24.
Um comunicado postado no site do Chessbomb diz que está driblando a proibição com voluntários que inserem movimentos de forma anônima por meio de um servidor seguro. Quem assiste ao torneio no site da Agon precisa assinar o chamado acordo clickwrap, que proíbe o compartilhamento do conteúdo, mas no comunicado o Chessbomb alega que esses contratos não são juridicamente válidos em todos os países.
A Agon está pedindo 20 milhões de rublos (US$ 290.000) em danos de cada um dos dois sites e pretende processar pelo menos mais um site, segundo o porta-voz Andrew Murray-Watson.
As ações estão sendo abertas no tribunal de arbitragem de Moscou, que tem acordos de reciprocidade que permitiriam a aplicação de sua decisão em outros países, disse ele.