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Novo Congresso dos EUA se prepara para desfazer Obamacare

Obama deve se reunir na quarta-feira com os congressistas democratas para discutir estratégias para defender o Obamacare dos ataques republicanos

Congresso: por anos, republicanos têm atacado o Obamacare, insistindo que o programa é inviável e que está dificultando o aumento do emprego (Getty Images/Getty Images)

Congresso: por anos, republicanos têm atacado o Obamacare, insistindo que o programa é inviável e que está dificultando o aumento do emprego (Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 21h44.

Washington - O novo Congresso dos Estados Unidos, controlado pelo partido Republicano, se reúne nesta terça-feira ansioso para revogar partes importantes da lei de assistência de saúde do presidente Barack Obama e reverter regulamentações ambientais e financeiras.

Mas o Congresso pode rapidamente ser tomado por disputas sobre as escolhas do presidente eleito Donald Trump para o seu gabinete.

Lideranças democratas nesta segunda-feira alertaram para uma briga dura em relação ao Obamacare -- programa visa proporcionar seguro de saúde para pessoas economicamente desfavorecidas e ampliar a cobertura para outras.

Obama deve se reunir na quarta-feira com os congressistas democratas para discutir estratégias para defender o Obamacare dos ataques republicanos.

Falando a jornalistas, os deputados democratas Steny Hoyer e Nancy Pelosi disseram que vão lançar um esforço para mobilizar a população em apoio ao Obamacare, argumentando que o fim do programa criaria um efeito cascata que prejudicaria a maioria dos norte-americanos.

Por anos, republicanos têm atacado o Obamacare, insistindo que o programa é inviável e que está dificultando o aumento do emprego. Com o controle do Congresso e da Casa Branca, os republicanos estarão em posição para revogar a lei.

Mas o Senado vai ter mais do que legislação na sua pauta no novo ano.

O Senado tem a tarefa difícil de debater e votar as indicações de Trump para a seu gabinete e para outros importantes cargos.

O proeminente senador republicano John McCain já alertou que Rex Tillerson, a escolha de Trump para secretário de Estado, vai ter que explicar a sua relação com o presidente russo, Vladimir Putin, a quem McCain já chamou de "marginal e assassino".

Tillerson, que passou boa parte da carreira na Exxon Mobil, esteve envolvido negociações na Rússia e se opôs a sanções norte-americanas contra a Rússia por causa da incursão na Crimeia.

Enquanto isso, a expectativa é que os democratas se oponham enfaticamente à nomeação do republicano Jeff Sessions para secretário de Justiça, em parte por causa da sua oposição à imigração e por comentários que mostraram no passado insensibilidade racial.

Os democratas também devem atacar a indicação de Steven Mnuchin para secretário do Tesouro. Mnuchin é um investidor e gestor de fundos de sucesso que passou 17 anos no grupo Goldman Sachs.

De qualquer forma, Trump deve receber o aval para a maioria, se não todos, os seus indicados.

Além da revogação do Obamacare, os republicanos também querem restringir ou bloquear a regulamentação destinada a controlar as emissões industriais que contribuem para as mudanças climáticas e as reformas da indústria bancária promulgadas na esteira do quase colapso de Wall Street em 2008.

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