Novo chanceler britânico gera sarcasmo e críticas
As poucas reações oficiais das chancelarias se limitaram nesta quinta-feira a uma recepção educada após a designação de Boris Johnson
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2016 às 10h34.
A surpreendente nomeação de Boris Johnson como chefe da diplomacia britânica despertou sarcasmo e críticas, especialmente na Europa, onde seu colega francês lembrou que o ex-prefeito de Londres havia "mentido muito" no passado.
As poucas reações oficiais das chancelarias se limitaram nesta quinta-feira a uma recepção educada após a designação de "BoJo" ao Foreign Office, mas com sérias ressalvas na França e na Alemanha.
"Eu não me preocupo, mas vocês sabem qual o estilo dele, o método dele", reagiu o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Marc Ayrault, acusando Boris Johnson de ter "mentido muito" durante a campanha do referendo sobre o Brexit.
Ele desejou estabelecer uma parceria "clara, credível e fiável".
E o seu colega alemão, Frank-Walter Steinmeier, acusou implicitamente na quarta-feira à noite o ex-prefeito de Londres de se comportar de forma irresponsável após a votação em favor do Brexit.
"Os líderes políticos atiraram o país no Brexit para, em seguida, uma vez a decisão tomada, tirarem o corpo fora, para não assumir a responsabilidade e, ao invés disso, ir jogar críquete. Francamente, considero isso ultrajante", declarou durante um discurso em uma universidade de Greifswald, de acordo com a agência de notícias DPA.
Boris Johnson provocou grande espanto logo após a votação do referendo por ir jogar críquete em vez de revelar as suas intenções.
Embora estas observações tenham sido feitas pouco antes da nomeação de Boris Johnson, falam sobre os sentimentos profundos do chefe da diplomacia alemã.
Humor britânico
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Mark Toner, disse que estava ansioso para trabalhar com Boris Johnson, ressaltando que era "um momento muito decisivo na história da Inglaterra e nas relações entre os Estados Unidos e o Reino Unido".
Muito menos receptivo, o presidente do Parlamento Europeu, o social-democrata Martin Schulz, declarou que teme um "círculo vicioso perigoso" para a Europa.
Boris Johnson, que deve se reunir com colegas europeus pela primeira vez em Bruxelas na segunda-feira, não conduzirá, no entanto, as negociações com a União Europeia, um papel que ficará a cargo do ex-secretário de Estado para os Assuntos Europeus, David Davis, de 67 anos.
A imprensa europeia e alguns políticos europeus adotaram a ironia e as críticas para falar sobre o ex-prefeito de Londres.
"De repente diplomata", foi a manchete em seu site do influente semanário alemão Der Spiegel, que fala de um "House of Cards na Grã-Bretanha", referindo-se à série de televisão americana sobre os bastidores da política.
Enfermeira sádica
"A primeira surpresa de May: Johnson nas Relações Exteriores", foi a manchete do jornal belga Le Soir, enquanto o jornal de oposição polonês (centrista, pró-europeu) Gazeta Wyborcza considerou que o político "não parece qualificado para esta posição".
"Piada", foi a palavra adotada pelo jornal conservador Die Welt, que recordou que Boris Johnson chamou a candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton de "enfermeira sádica" e comparou a União Europeia a Hitler.
Na Suécia, o ex-ministro das Relações Exteriores Carl Bildt tuítou que ele "teria preferido que fosse uma piada, mas isso não é uma".
E na Rússia, o presidente da comissão das Relações Exteriores na câmara baixa do Parlamento, Alexei Pushkov, expressou sua esperança de que Boris Johnson "não sofra do mesmo complexo anti-russo do que seu predecessor."
A surpreendente nomeação de Boris Johnson como chefe da diplomacia britânica despertou sarcasmo e críticas, especialmente na Europa, onde seu colega francês lembrou que o ex-prefeito de Londres havia "mentido muito" no passado.
As poucas reações oficiais das chancelarias se limitaram nesta quinta-feira a uma recepção educada após a designação de "BoJo" ao Foreign Office, mas com sérias ressalvas na França e na Alemanha.
"Eu não me preocupo, mas vocês sabem qual o estilo dele, o método dele", reagiu o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Marc Ayrault, acusando Boris Johnson de ter "mentido muito" durante a campanha do referendo sobre o Brexit.
Ele desejou estabelecer uma parceria "clara, credível e fiável".
E o seu colega alemão, Frank-Walter Steinmeier, acusou implicitamente na quarta-feira à noite o ex-prefeito de Londres de se comportar de forma irresponsável após a votação em favor do Brexit.
"Os líderes políticos atiraram o país no Brexit para, em seguida, uma vez a decisão tomada, tirarem o corpo fora, para não assumir a responsabilidade e, ao invés disso, ir jogar críquete. Francamente, considero isso ultrajante", declarou durante um discurso em uma universidade de Greifswald, de acordo com a agência de notícias DPA.
Boris Johnson provocou grande espanto logo após a votação do referendo por ir jogar críquete em vez de revelar as suas intenções.
Embora estas observações tenham sido feitas pouco antes da nomeação de Boris Johnson, falam sobre os sentimentos profundos do chefe da diplomacia alemã.
Humor britânico
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Mark Toner, disse que estava ansioso para trabalhar com Boris Johnson, ressaltando que era "um momento muito decisivo na história da Inglaterra e nas relações entre os Estados Unidos e o Reino Unido".
Muito menos receptivo, o presidente do Parlamento Europeu, o social-democrata Martin Schulz, declarou que teme um "círculo vicioso perigoso" para a Europa.
Boris Johnson, que deve se reunir com colegas europeus pela primeira vez em Bruxelas na segunda-feira, não conduzirá, no entanto, as negociações com a União Europeia, um papel que ficará a cargo do ex-secretário de Estado para os Assuntos Europeus, David Davis, de 67 anos.
A imprensa europeia e alguns políticos europeus adotaram a ironia e as críticas para falar sobre o ex-prefeito de Londres.
"De repente diplomata", foi a manchete em seu site do influente semanário alemão Der Spiegel, que fala de um "House of Cards na Grã-Bretanha", referindo-se à série de televisão americana sobre os bastidores da política.
Enfermeira sádica
"A primeira surpresa de May: Johnson nas Relações Exteriores", foi a manchete do jornal belga Le Soir, enquanto o jornal de oposição polonês (centrista, pró-europeu) Gazeta Wyborcza considerou que o político "não parece qualificado para esta posição".
"Piada", foi a palavra adotada pelo jornal conservador Die Welt, que recordou que Boris Johnson chamou a candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton de "enfermeira sádica" e comparou a União Europeia a Hitler.
Na Suécia, o ex-ministro das Relações Exteriores Carl Bildt tuítou que ele "teria preferido que fosse uma piada, mas isso não é uma".
E na Rússia, o presidente da comissão das Relações Exteriores na câmara baixa do Parlamento, Alexei Pushkov, expressou sua esperança de que Boris Johnson "não sofra do mesmo complexo anti-russo do que seu predecessor."