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Nobel da Paz, Liu Xiaobo, celebra 55º aniversário na prisão

Governo chinês impediu até mesmo que o advogado visitasse o cliente nesta terça

Protesto em Hong Kong pedindo a libertação de Liu Xiaobo, prêmio Nobel da Paz (WIKIMEDIA COMMONS)

Protesto em Hong Kong pedindo a libertação de Liu Xiaobo, prêmio Nobel da Paz (WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2010 às 05h59.

Pequim - O dissidente chinês e Prêmio Nobel da Paz deste ano Liu Xiaobo completa nesta terça-feira 55 anos, mas celebra a data detido em Jinzhou, no norte do país, onde cumpre uma condenação de 11 anos de prisão.

Em declarações à Agência Efe, o advogado de Liu, Shang Baojun, assegurou que as autoridades chinesas não permitiram que ele visitasse o cliente nesta terça-feira.

No entanto, Shang disse desconhecer se Liu Xia, esposa do Nobel, havia pedido e recebido a autorização para viajar para Liaoning (nordeste da China) no aniversário de seu marido.

"Não posso manter contato com ela, só sei que segue em seu domicílio em Pequim", relatou o advogado.

A Efe tentou ligar sem sucesso para Liu Xia, que se encontra incomunicável e em prisão domiciliar desde que o comitê norueguês concedeu o prêmio a seu companheiro em outubro.

Por sua parte, o Governo chinês, que reagiu furioso perante a concessão do Nobel ao "criminoso" Liu, não quis valorizar a data.

"A China é um estado sob o império da lei", se limitou a responder Jiang Yu, porta-voz do Ministério de Exteriores, que acrescentou que as ações do Governo estão destinadas a "proteger a soberania judicial da China".

Há pouco mais de um ano, Liu Xiaobo foi considerado culpado de "incitar à subversão contra o Estado", como coautor da "Carta 08", um manifesto assinado por três mil intelectuais que pede reformas políticas ao regime comunista.

O Nobel ao dissidente chinês, um dos protagonistas dos protestos da Praça da Paz Celestial em 1989, foi o primeiro outorgado a um preso depois do concedido em 1935 ao pacifista alemão Carl von Ossietzky, durante o regime nazista.

Há duas semanas, seu irmão mais velho, Liu Xiaoguang, denunciou que a prisão avisou que este mês não poderiam visitar o preso.

Segundo o irmão, desde que em 8 de outubro foi divulgado que o intelectual receberia o prêmio, seus parentes deixaram de receber as cartas enviadas por Liu da prisão e têm as ligações controladas.

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